segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Setembro nasceu.

Setembro nasceu.
As margens fias,
nervosas e plácidas,
uniram-se às águas
do rio das Folhas.
Homens enfeitaram-se
pondo nos cabelos
pétalas de margarida.

Galgando as alturas,
mulheres valsaram
na luz das estrelas,
sonhando detê-las
nas linhas das mãos.

Ah! Setembro.
Nenhuma gota de pranto
caiu dos meus olhos
molhando os poemas.

Veio com flores nos dedos.
Na cabeleira dos homens,
nos seios das mulheres,
nos lábios dos meninos.

Setembro.
Semente das frutas,
pétala das rosas,
símbolo das lutas.

Setembro.
O mar flutua nas mãos.
No rosto, o gosto do sal,
o brilho do sol.

Stembro.
Luz dos meus dias.

(do lº livro "Viagem para Castália"-1986)

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