quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Procuro matar as saudades

PROCURO MATAR AS SAUDADES.

Procuro matar as saudades,
sem descanso que viva.
Não sei preencher-me
do vazio que de ti sobrou.
Varro da memória o longe,
o querer não entender
o não saber ser de mim,
no sonho que enriqueceu de nós.
Acho na ilusão,
o esconderijo para o sofrimento
e tardam as palavras...
Continuo preso na esquina do só,
ouço as passadas do teu caminho
e percorro entristecido
o labirinto construído de medos,
sem abrir as janelas ao sossego.
Julgo a pretensão da culpa
do desejo de partilha,
em detrimento
do teu defensivo orgulho.

Aguardo que me descubras,
sem olhar o movimento do relógio.

João Jacinto

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