domingo, 28 de outubro de 2012

SOLIDÃO

Solidão
Ruthy Neves
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Quanto tempo ainda serei marcado por ela?
Não sei me esquivar.
Ainda não aprendi deixá-la de lado e seguir.
Arrancá-la das ranhuras do meu coração...
Abrir-me...
Tomar posse da minha vida...
Ser feliz... Permitir...
Realizar sonhos que ficaram incompletos.
Só sei ficar só.
Mesmo estando no meio de tanta gente.
Masoquista?... Não...
Olho e não vejo outra companhia para o meu interior.
Só ela... Somente ela...
A solidão.
O Sol se abre para um novo dia...
Mesmo depois de dias de tempestade.
É como se nada tivesse acontecido...
Limpam-se os sinais...
E nada aconteceu.
Nada aconteceu... Gostaria de agir assim.
Secar com o meu calor a avalanche de emoções...
Que ficaram no meu caminho, impedindo a liberdade das lembranças.
Soltá-las ao vento acompanhadas pela solidão.
Sem suspiros de saudades...
Dizer finalmente adeus.
Liberdade do coração.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

AMOR PARA AMAR

Amor para amar

Ruthy Neves


Para me integrar ao meio...
Nua fiquei.
A cada pensamento...
Peça por peça retirei.
Reconheci com repulsa, mágoa...
Cada demônio escondido em mim.
Como tesouro, eles estavam em velhos baús.
Estava errado, era apenas lixo recolhido da vivência... Enfim.
Não merecia estar guardado...
Exorcizei.
Fiquei liberta.
Olhei com outros olhos a beleza DA vida.
Eu sou mulher, e não um demônio.
O ódio não cria raízes aqui.
Nada nem ninguém me mudará assim.
Retirei do escondido...
O sentimento que me fez ficar protegida.
Amor liberto, amor para doar...
Amor para amar.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

FEITIÇO

Feitiço
Ruthy Neves
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Caldeirão fervente...
Pronto... Arrumado...
Nariz e verruga já estão colocados.
Raios e trovões estão em sua grandeza...
O clima é de nostalgia...
Porém, o coração não é malvado.
O desejo é de fazer um feitiço...
Para retirar sentimentos errados.
E com toda a certeza...
Colocar em cada coração vivente do planeta...
O sentimento mais profundo...
Que amor foi chamado.
Com ele pode-se fazer o maior feitiço de todos...
Desbancar a maldade e trazer Paz ao mundo.
É o principal ingrediente de qualquer feitiço que se queira fazer
Para atingir corações que por duvidosas emoções
Foram modificados.

sábado, 20 de outubro de 2012

EVOLUÇÃO

Evolução
Aparecido Donizetti Hernandez


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Olho ao céu, quantas estrelas,
Parecem estar tão próximas
pode-se alcançar com as mãos
São as Estrelas do meu Céu.

Próximo aos olhos e distante do alcance,
tão distante quanto parece a evolução humana.
Ainda não aprendemos conviver com as diversidades,
Apenas toleramos o tolerável, o distante.

As estrelas estão ao alcance dos olhos em meu Céu,
Límpido Céu azul e rosa ao pôr do Sol,
Quando alcançaremos o ponto evolutivo
Do respeito aos animais,
que estão ao alcance da mão e distante na compreensão?

Estrela que brilha ao dia aquecendo a Terra,
Ilumina a Lua, vai e volta levando meu tempo,
Tempo que me resta para contemplar
Estrelas no Céu, esperando a evolução.

Câmara Brasileira de Jovens Escritores

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O ERMITÃO

O Ermitão

Por Lilian Andrade
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Ainda que não fosse totalmente isolado das coisas mundanas, vivia ele no mais completo recolhimento de si mesmo, fazendo de seu modo de vida uma ideologia toda singular, cuja existência voltava-se para a solidã
o constante, tornando inquestionável o seu recrutamento espiritual. A eloquência de seu silêncio trazia à tona a expressividade da reflexão ou da não reflexão de sua vida temporal, na qual trancafiava sua alma numa redoma solitária e distante, denunciando na postura conformada e pacienciosa os gritos emudecidos do espírito.



Outrora fora rebelde e a revolta de seu âmago o conduziu à transformações infindas de bondade, tornando-se perene em sua conduta de cristão e em seus momentos de isolamento.
Falava o necessário, ria do inevitável, rezava o suficiente e calava-se aos insultos. Guardava na memória afetos familiares e vivências de alegrias. Fizera legião de amigos na pequena cidade que viveu, dando-lhes prendas quase que constantemente.



Nasceu no campo, ainda no século passado, antes de seu irmão Napoleão (que não era o Bonaparte). De parto doméstico, veio ao mundo, ficando órfão de mãe nos primórdios da infância. Neto legítimo do argentário velho Nogueira, era também considerado abonado, herdeiro de 'feudos' e filho de um comerciante alegre e tocador de sanfona.



No cartório, foi registrado se tornando cidadão - um pacato cidadão do Quilômetro Cinquenta e Um. Não era tido como membro das classes subalternas nem considerado explorador das classes dominantes, foi apenas um ser subjetivo que habitava o mundo de forma externa dos demais.



Vivendo no tempo das travessias dos carros de bois a cruzar as estradas de chão batido, foi feliz na plenitude da vida simples; contudo, viu o progresso chegar e extingir os saudosos meios de transportes rudimentares. Presenciando os mascates viajantes a oferecer seus artigos ora nos rústicos estabelecimentos comerciais, ora de porta em porta, foi testemunha do progresso da economia e das transformações das permutações de produtos. Atravessando pinguelas a passos lentos chegava sempre do outro lado... 



Foi ele proprietário de terras, caixeiro e motorista do próprio veículo, uma rural verde bandeira, da qual transportou certa vez sob autorização do presidente do Diretório da Arena, eleitores do ano de 1970.
Vivia tranquilo, sem pressa e jamais atuava com destreza, caminhando lentamente alcançava seu paradeiro. Quando almejava escutar algo que lhe fosse conveniente a fim de ampliar suas informações e curiosidades, diminuía o passo. 



Não era adepto à correria do mundo vigente: a globalização e o capitalismo não fizeram dele um agilizador financeiro nem um sujeito apressador e empreendedor; portanto, na sua lentidão, viveu sempre com posses materiais, acumulando capital, e um pouco mais de cinco mil contos de reis foram encontrados nos mais inusitados locais.



Preservava relíquias de entes queridos mais próximos e na memória guardava lembranças perdidas no tempo.



Trancado pela solidão espiritual, tinha uma vida interior "ascética", transformando-o num ser retraído de emoções e sentimentos; portanto, expressivo nos gestos de companhia, fazendo-se entender na sua forma de amar.



Numa tarde de setembro partiu o ermitão para a vida eterna e fazendo jus à sua estadia neste tempo, há de estar ele ainda abrindo os portões do paraíso, dizendo a São Pedro: "devagar também chegaremos ao Reino dos Céus".



Fonte: Maria Benedita Luz - Florianópolis -SC

terça-feira, 25 de setembro de 2012

ANJO

Anjo
Claudia Almeida
FONTE: Florellas


Não te angustie no muro
das lamentações
escute o murmúrio
dos ventos e das árvores
onde tudo é leve e passa.

sábado, 22 de setembro de 2012

REMANSO

Remanso
Ruthy Neves



Mesmo num jardim as pedras me acompanham.
Tento deixa-Las por baixo, para reforçar o meu alicerce, e seguir em frente.
Tenho que ser forte, apesar de todos os percalços.
As feras da, duvida e contradições estão sempre prontas para atacar.
Elas querem dominar a cabeça, a mente.
O que anima é saber que ELE é mais forte do que tudo.
De qualquer pedra ou fera, apesar de ser manso.
É ELE que analisa o caminhar de todos.
No meio ou fora das pedras...
Se não largarmos ao  léo  tua companhia...
ELE nos levará ao remanso.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A PORTA

A porta
ANELITO DE OLIVEIRA
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Bato na porta
De mim mesmo
Bato, urro

Esmurro o silêncio
Não estou em casa
Não tenho estado
Aqui, nem mesmo
Sei se ainda moro
Aqui, tampouco há
Quando tempo saí,
Se é que sai

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

PENA VERDE


Pena Verde
Aparecido Donizetti Hernandez
17/setembro/2012 21h40
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As angústias, o desamor, a infelicidade,
Onde procuras seus encontros?
Em um mundo vão, repleto de desencontros.
Onde procuras seus encontros?

Se procurares ao seu redor, não encontrarás,
Vossas respostas; onde procuras vossas respostas?
Para esse mundo vão, de angustias de desamor,
De infelicidades.

Procures dentro de ti, procures na leveza frenética,
Na leveza frenética do voo do beija-flor,
No voo ao vento da pequena folha caindo,
Na pena verde que encontras não sabendo donde veio.

Procures na semente levada pelo vento,
Pelos pássaros, pela força da natureza,
Procures seu encontro em ti mesmo,
O fogo da sapiência e da felicidade
Estão dentro de ti.
Dentro de ti estão todas as respostas!

sábado, 15 de setembro de 2012

DEUS...


Deus...
Neusa Rocha Miguel de Mendonça

Dai-me o poder de não desanimar
De poder olhar para o futuro com alegria
...De esperar todos os dias algo de bom...
Deus...
Não me deixe desistir
Levante-me os olhos para a vida,
e que ela possa me parecer linda sempre.
Deus...
Não permita que eu saia do meu caminho,
mesmo ele estando em dificuldades,
mesmo que pareça impossível chegar ao fim.
Meu querido Deus...
Não deixe que eu me esvazie,
que me sinta triste e sem coragem.
Não deixe que eu pare
diante de situações difíceis...
Que eu me distancie dos meus sonhos!
Deus...
Só o Senhor tem o poder de me iluminar,
então, faça da minha vida uma claridade plena,
faça que meu coração sinta a luz do amor,
e que eu possa dar amor ao meu irmão
sem medir esforços.
Deus meu...
Eis uma filha sua implorando ajuda,
pois sem a sua mão estendida,
nada neste mundo pode ser perfeito.
Por isso, venho aos seus pés e peço:
- Me dê a chance de acertar,
de lhe dar orgulho em ser do seu reino,
de saber o seu valor.
Deus dai-me o dom de aceitar as coisas
com sabedoria, fazer somente sua vontade
que as pessoas possam ver-me como
sou carente e triste, mas que respeite
minha tristeza, não me consolando
apenas me olhando sem questionar nada.
Deus mostre-me o caminho para a felicidade
pois me sinto fraca e infeliz, a ponto de desejar
desistir dos meus objetivos, ir para bem longe
dos que me amam verdadeiramente, e dos
que pensam me amar...
Ah! Deus dai-me a certeza que Tu me amas
me mostre o caminho da felicidade, pois
não sinto mas meus pés nesta estrada
Deus onde Tu estas longe de meu alcance!
OH! Deus não me desampare por favor
Venha ao meu encontro estou muito só.
Deus não me deixe desistir de tuas obras
por favor Deus preciso de colo...
Deus Tu és minha rocha minha fortaleza
Só tenho no nome Rocha mas me sinto
um grão de areia .
Mas Deus
Lhe peço ainda:
- Não me deixe parar nunca, e
que minhas esperanças se renovem a cada dia!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

FOGÃO A LENHA


 Aparecido Donizetti Hernandez
Itápolis- Itapevi / SP


Fogão a lenha

CÂMARA BRASILEIRA DE JOVENS ESCRITORES - CBJE
Em minha infância ouvi muitas histórias à beira do fogão a lenha contadas por minha avó, todas com sabedoria popular, tendo seu fundo de verdade. Histórias e fábulas que se perderam no tempo, e que ninguém sabe onde começou e quem as criou.
E assim, contou, certa vez, minha avó:
"Nos primórdios, onde a capivara ainda tinha rabo, um rabo esbelto, lindo e vistoso, sempre cuidado com muito zelo, considerando seu rabo o mais belo da fauna. E, de fato, o era.
Num belo fim de tarde de verão, onde o sol quase se pondo no horizonte e a brisa fresca e suave amenizando o calor do dia; a capivara, com seu esbelto rabo, sentou-se à beira da estrada acompanhada de seu melhor amigo, o macaco - também com seu lindo e longo rabo. Ambos à beira da estrada... larga estrada de areão, onde raramente passava viva alma. Ali sentados contavam histórias um ao outro, lembravam de fatos já passados, que juntos fizeram e colocavam em dia os assuntos vigentes da floresta.
Ali, macaco e capivara estendiam seus rabos sobre a branca areia do caminho, tranquilos e proseadores mantinham-se dessa forma. Ocorreu que nessa tarde, ao longe, se ouvia o ranger de rodas, e logo a capivara alerta seu companheiro e amigo:
- Compadre Macaco não quero deixá-lo preocupado, mas o ranger são de rodas de um carro de boi.
O macaco não deu a menor importância para o alerta da Capivara e continuava com seu longo rabo sobre a estrada de areão.
A amiga capivara não entendia porque o macaco somente continuava a contar histórias de forma empolgada e fazendo estrepolias, não dando atenção ao seu alerta.
- Compadre Macaco, já estou avistando ao longe... é mesmo um carro de boi, com oito juntas e está vindo em nossa direção, tire seu rabo da estrada.
O macaco continuava com suas estrepolias e contando suas histórias, mantendo seu longo rabo sobre a estrada.
- Compadre macaco, tire seu rabo da estrada, o carro de boi está muito próximo.
O macaco nada de tirar seu longo rabo do meio da estrada.
O carro de boi com oito juntas, carregado e rangendo suas rodas, aproxima-se mais e mais, e nada do macaco tirar seu longo rabo da estrada. A capivara continuava a se preocupar com o rabo do amigo macaco estendido sobre a estrada de areão.
- Compadre Macaco, o carro de boi está chegando e seu rabo continua na estrada.
O carro de boi chegou, o macaco recolheu seu rabo rapidamenbte e sentou-se em cima; a capivara, que estava preocupada com o rabo de seu amigo macaco, esqueceu-se que o seu esbelto e lindo rabo, que tanto admirava, também estava na estrada, e o carro de boi passou por cima, decepando-o.
Por isso hoje as capivaras não tem mais rabo.
“Quem cuida do rabo dos outros esquece seu próprio rabo".
Histórias e fábulas contadas por minha avó à beira do fogão a lenha...

domingo, 19 de agosto de 2012

MODIFICANDO A HISTÓRIA


Modificando a História
Ruthy Neves



Sonhei tanto com a vida fluindo para “o todo sempre”...
Não queria pensar em separação.
Esperei todas as noites que o sonho sonhado...
Tivesse realização.
Porém... O tempo passou...
Os caminhos se perderam...
A solidão fez morada.
O coração ficou machucado.
Com medo de amar outro alguém...
A preferência foi ficar só.
O sentimento corrói a alma...
Dói por dentro, saber que o amor apaixonado foi traído.
No entanto há esperança...
A semente do amor não morreu...
Está pronta para germinar em outros braços...
E na solidão alcançar a vitória.
Não quero ser herança de uma memória que não tem coragem...
De modificar sua história.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O ESPINHO DA ROSA

O espinho da rosa
Ruthy Neves



Casas de tábua... misturadas ao latão.
Lugar sujo e deprimente.
Lixo nas portas, nas vielas, na estrada...
lixo na linha do trem.
Pessoas sentadas, farrapos humanos...
sem esperanças, sem emoção.
Olhos sem brilho, pés no chão.
Crianças brincando no meio do lixão...
ainda criando ilusão.
Lixão de coisas imprestáveis...
não de coisas recicláveis que gente honesta,
trabalhadeira, ganha o pão.
É o desleixo das pessoas que não tem mais noção.
Lixão de vida, amantes da pedra que não faz carinho não.
A linha faz a rota de ponto a ponto, do tráfego constante...
e uso indiscriminado, que a comunidade já assimila sem fazer confusão.
Tráfego de pessoas que não tem escrúpulos até com o irmão.
Irmão de sangue, irmão de criação.
Todos são iguais com a pedra na mão.
Sem idade, sem identidade, apenas um ser que precisa de compreensão.
Doentes da alma e do corpo que não é mais são.
As autoridades colocam a venda para a situação...
deixam que se matem pela droga
ou por um que já demente perde a razão.
Cobranças do ganho fácil do dinheiro ou mercadorias,
 que no viciado, a droga o fez ladrão.
Quanto tempo mais veremos isto sem solução?
Quanto tempo mais por interesse de alguns que não tem coração,
vamos ver irmãos perdidos no lixo da vida sem salvação.
Talvez não saibamos amá-los.
Talvez não somos capazes de estender a mão.
Muitos viram a cara,
deixam a venda em seu rosto, com descaso.
Não acreditam que é doença não!
Não são grandes para o perdão.
Filhos, pais, irmãos ausentes sem morrer...
Já são considerados como dejetos sem salvação.
Lágrimas, choros em festas, que não serão mais festas,
mostrará a hipocrisia de um dia se chamarem cristãos.
Vamos movimentar a esperança.
Faze-los enxergar as rosas da vida e não a podridão.
A rosa é vida.
Vamos dar esperanças de vê-la  na próxima estação.
Vamos escrever para que isto não fique
 somente em estatística e vire lembrança.
Vamos retirar os espinhos
e mostrar-lhes que tudo tem uma solução.
É tempo de primavera. Tempo de cheirar as rosas.
A hora é agora.