quinta-feira, 29 de julho de 2010

O AMOR

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


O AMOR
Lucas Lira


Quem é ele?
Onde ele está?
Ele não tem forma,
Nem tem padrão...
Onde ele está escondido então?

Deixe-me vê-lo por um segundo,
Para eu poder ser
Maior que o mundo;
Se eu for,
Se eu tiver todo o universo,
Mas não tiver você,
Quem eu serei?
Ninguém.
Onde eu estarei?
Estarei aqui
E em nenhum lugar também.

Quanto mais me atrevo a chegar perto dele,
Menos o entendo.
E aí me pergunto
Me pergunto por que ainda tento?
Me pergunto por que não me contento?
Me pergunto por que quero viver?

E o porquê vos lhes digo:
Eu simplesmente quero viver,
Porque eu adoro morrer.




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez

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Lilian Regina de Andrade

SUAVE AMOR

SUAVE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez




Levemente instalastes nos rumos da vida,
Instantaneamente como a
Lua que surge quando o Sol se põe.
Impulsivamente como acontece o
Amor, em um segundo como o vento leva às
Nuvens.


Ruidosamente como o vendaval, você me
Enloquece, tirando de mim os
Gemidos da minha
Intranquila dor, levando-me a
Navegar nas
Águas tranquilas do amor...


Amor de tranquilo ardor,onde
Navego
Diuturnamente meus sonhos
Rudes de angústias de nosso
Amor.
Dilacerando o meu coração, mantendo a
Esperança de viver sem dor.

BALÉ DA MORTE

BALÉ DA MORTE
Aparecido Donizetti Hernandez




Ensandecido pelo sofrimento
Lá vem o Touro...

Cifres ponteagudos, porte esbelto.
Lá vem o toureiro com suas vestes agarradas ao corpor,
Postura erecta e com movimentos suaves
Sacode sua capa vermelha ao vento...
Com a capa e seus movimentos de corpo, o toureiro dança seu balé...
O balé da morte e do sofrimento!

HARMONIA


Harmonia

Delasnieve Daspet



Entre as nuvens espalhadas pelo tempo
Pequenas estrelas salpicam o firmamento...
Chega a noite.

Descerro o véu da memória,
Já não recordo as mágoas,
Contemplo a harmonia do dia
Cheio de sol.

Ao longe – o firmamento se junta ao cerrado,
O céu nas cores infinitas do crepúsculo,
Se une a verdura de nossas matas.

Ipês floridos,
Mesclam de suave tonalidade,
A paisagem recortada no horizonte,
Pelos traços da natureza.
Aqui, encontro a plenitude!

Nos campos cultivados,
Nos chapéus de palha,
Nos odores,
No peão de pele crestada,
Do gado pastando,
O bambu choroso a cada carícia do vento...
Aqui, é o reino da paz!

Os pássaros melodiosos, em sinfonia,
Calam em meu ser.

Circula em minhas veias,
Irmanados aos ventos, às águas, ao sol, aos animais,
Um cântico de graças ao Criador!
DD_Campo Grande-MS 9.02.10

JEITO DE MATO

JEITO DE MATO
Composição: Paula Fernandes




De onde é que vem esses olhos tão tristes?
Vem da campina onde o sol se deita.
Do regalo de terra que teu dorso ajeita.
E dorme serena, no sereno e sonha.

De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita.
Do mato, do medo, da perda tristonha.
Mas, que o sol resgata, arde e deleita.

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda.
É teu destino, a tua senda onde nascem tuas canções.
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações.

Sim, dos teus pés na terra nascem flores.
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar.
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras.
Sete lagoas, mel e brincadeiras.
Espumas, ondas, águas do teu mar...

DESTINO

Destino
Delasnieve Daspet



.
Não conhecemos o destino,
Mas é forçoso termos um
Destino qualquer.
.
Tudo que nasce,
Que existe, que vive, funciona,
Morre e renasce para a harmonia do universo.
.
Tudo se transforma...
Parecem morrer a fim de renascer.
.
Amanhã já não seremos,
Nada, além de uma palavra
Que ninguém pronunciará...
.
Gosto ocre de se sentir só,
Perene solidão!
DD_Campo Grande-MS, 06.07.2010.

BOM DIA, SOLIDÃO!

Bom Dia, Solidão!

Delasnieve Daspet



Estou só por opção.
Prefiro uma vida com mais liberdade,
Sem cobranças,
Amar quem saiba amar.

Que adianta um marido
Um namorado,
Se na essência estamos desacompanhadas?

A solidão bem resolvida
É o caminho de ser feliz.
Tempo de se encontrar,
Fazer o que se gosta,
Quando se quer,
Eis que na verdade
Estar só não é solitário!

Uma companhia só para se ter companhia?
Melhor mesmo e ficar a sós,
Não é dificil entender-se!

Gosto de amar e de ser amada,
De andar de mãos dadas,
De abraçar e ser abraçada,
De mimar e ser mimada,
Mas sem patologia, sem estigmas,
Gosto de estar comigo,
Não me restrinjo!

Não sacrifico mais
O meu recolhimento,
Gosto de mergulhar-me
- bem a fundo -
E me ver sem máscaras,
Sem neón,
Sem perfume!

Não me arrisco mais:
Olho-me!
Assim, as minhas tristezas,
As verdades estabelecidas,
As minhas dúvidas,
Ficam em equilíbrio...
E posso afirmar-me:
Bom dia, solidão!
DD_31-12-2001 - Campo Grande MS

AMIGOS

Amigos,
as flores encantam !!!
Amo flores
e tenho em casa .
Não tenho um jardim,
mas pequenos vasos
que cuido com carinho !

Que nossos caminhos sejam perfumados
como se estivéssemos em um lindo jardim,
repleto de flores diversas !

Que tratemos a todos
com a mesma delicadeza
que tratamos das flores !

Desejamos lindo dia hoje e sempre,
repleto de coisas boas !
beijos e carinhos nossos
Tânia Sueli

SOMOS MESMO HUMANOS?

SOMOS MESMO HUMANOS?


ROBERTO ROMANELLI MAIA
ESCRITOR,JORNALISTA E POETA


A cozinha parecia um deserto
sem nada que lembrasse comida.
Nada que pudesse encher um prato.
Nada que aliviasse a fome
daqueles que lá fora esperavam.
Aguardavam por algo que não existia
em sua casa.
Que custaria novamente a chegar.
Pobreza e miséria à vista para todos
que a quisessem ver e sentir.
Realidade de um mundo onde bilhões
de seres nada têm sequer para comer.
Em seu prato, apenas lágrimas de sangue
e nada mais.
Sim, que mundo é esse que permite
crianças, jovens e idosos morrerem
de inanição?
Por ausência, omissão ou indiferença
daqueles que tudo podem, tudo querem
e tudo possuem.
A fome presente, tendo diante de si
um prato vazio, sem um simples pão.
Até mesmo a presença de moscas
que sabem: nada vão obter
nessa mesa vazia.
E até os ratos fogem de tanta pobreza
e miséria.
Mas finalmente, eles, os excluídos
de tudo, chegam e entram em casa.
Olhando para os lados e para o nada
que se apresenta diante deles.
Com a fome batendo e batendo
em seus estômagos.
Com lá fora ressoando a pergunta:
somos mesmo seres humanos?
Nenhum som.
Nenhuma resposta.
Apenas o silêncio.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A ÁRVORE


A ÁRVORE

poema

(José Fortuna)




Onde eu nasci, hoje uma árvore nasceu, quem sabe se não sou eu encarnado na madeira
Talvez minha alma, porque também serei terra, naquele lugar me espera, em forma de uma paineira
Está verdinha como o verde da esperança, como quando fui criança, a minha mãe me embalava
Igual a árvore, que no vento se embalança, sobre o campo da lembrança, e eu pensei que não voltava.

Árvore, sobre o chão se fez raiz
Árvore num mourão também me fiz
Mourão, galho morto agora sou
Sobra, de uma arvore que secou.

Por sobre ela, hoje cantam passarinhos, beija-flor com fios fez ninhos, fios do tempo que passou
Meu lar, meu ninho de onde voei a vez primeira, na partida derradeira, de quem nunca mais voltou
Árvore nova, se sou eu que estou ali, guarde um lugar sob ti, pra descansar no meu fim
E guarde as flores que abrirem na primavera, e quando eu também for terra, deixe-as cair sobre mim.

terça-feira, 27 de julho de 2010

NAVEGANDO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


NAVEGANDO
Aparecido Donizetti Hernandez



Navego o turbulento barco de minha vida...
Turbulento e cismado barco de angústias,
Angústias que parecem fazer parte de todas as existências.
- Turbulento barco de minha existência -

Barco turbulento à procura de águas calmas
A fazer contra-ponto aos turbilhões internos de minha alma,
Onde encontro tais águas a não ser junto a ti,
Que tens o dom de acalmar o turbulento barco de minha vida.

Minhas angústias parecem amainar com sua presença,
Presença de águas calmas, que geram esperanças
Nas angústias de minha alma.
Somente você me acalma,
Tens o dom de purificar minha alma.

ASSIM COMO AS FOLHAS QUE TREMEM

Assim Como As Folhas Que Tremem...
Delasnieve Daspet


Assim, como o sol que se curva a cada manhã;
Assim, como as folhas que tremem
Com a brisa refrescante;
Assim, como um pássaro a céu aberto,
Numa ânsia que toma,
Assim, no meu silêncio, este lamento.

Escrevo no pó da estrada
A profunda dor de minha mágoa.
E na aridez de minha saudade,
Com o canto preso na garganta,
Sou a lágrima triste
Que pinga sobre tua lembrança!

Assim sou, assim sigo
Um mero reflexo na janela...
Esta mentira é tão real que dá pena,
Sem perceber, sou eu mesma, quem vaga,
Na multidão que não passa...

CAMPO GRANDE MS
31.05.04

ABSOLUTA AUSÊNCIA

Absoluta Ausência
Delasnieve Daspet



Oh! Luar da noite, ajuda-me!
Eis-me, no entardecer,
Caminho já estreito,
Deixei-me tomar de repentino,
Tardia, enlouquecedora força...

Após ler as linhas,
Só penso nisso.
Já não consigo esconder ,
Já não camuflo nos ventos que ondulam,
O desejo que toma conta.

O vento sul, que limpa as nuvens,
Bate com insistências as janelas que fechei.
Desliguei a TV, não importa,
Ferrenha, quero por uma pedra, na fenda...

Mas o pensamento, esse matreiro,
Me lembra que lá,
Dentro d´alma
Em todos os momentos
Está o sonho que não ouso sonhar!

E já rememoro, cheia de saudades,
O ritual que agora nego,
O sabor que não permito,
Que gosto terá o suor, o beijo?


E, Lua e Sol que somos,
Chegas e saio de cena.
Silenciosa, sem calor,
Na dolorida madrugada.

Ainda assim, sinta-me, sempre,
Estarei contigo, no mesmo pensamento,
Ainda que em absoluta ausência!
*
Campo Grande-MS
12-08-05

ROSA AZUL

ROSA AZUL
Daniel (Sergio Apollinario)


A rosa é sempre bela
De branca a encarnada
Mas rosa azul é aquela
Que por amor foi pintada

PINTANDO A ALMA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


PINTANDO A ALMA
Lucy Bortoni Nazaro


Um ontem esquecido na mente trouxe o dia... nova vida
pintada cortada colada pensada colorida permitida
um hoje conscientemente apareceu finalmente
viu o verde herdado preparado manchado e esquecido num repente.

Colorido de um vermelho malvado salgado molhado
deixado perdido sem sentido não revelado
peguei então meus pincéis olhei o azul sem cor de céu
e comecei minha tela retirando um imenso véu.

O cavalete era o vento que ajudava a trabalhar
inspirava a pincelada no seu lento soar
sem a pressa dos finitos imaginei começar
tinha tudo ali mesmo precisava apenas olhar.

Junto ao lado a inspiração compassada batia com o coração
bailavam nuvens copadas ao som de uma canção
estrelas se juntavam e riam de minhas tintas
na vingança colorida as transformei somente em pintas.

Anjos e asas e olhos e tronos sem donos se amontoavam
exibindo seu vigor me pedindo por favor...
mas eu queria o inusitado e esperei com muita calma
até que enfim descobri queria pintar a alma.

Guardei telas e tintas não levara as cores do infinito
o vermelho não seria, o verde não poderia
o azul pertence ao céu, o amarelo ao sol
o branco é da paz e até muito bonito.

o lias é para orquídeas mas e as cores do infinito?!
volto quando descobrir...



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

OS POEMAS

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


OS POEMAS
Mario Quintana



Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não tem pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez

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Lilian Regina de Andrade

A ÚLTIMA DEUSA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


A ÚLTIMA DEUSA
António Castel-Branco


Mortos os deuses, ela permanece,
não se rendendo ao esquecimento,
ou a ser velha, enrugada, infeliz.
Antes desprezando isto que se diz,
sabe que o seu tempo nunca fenece,
e perpetuando este momento,
a sua beleza nunca esmorece.

Semente da vida, ela enlouquece,
quando se vê ferida e destroçada
por ávidos homens. Quê? Não ouvis?
Sinal dos tempos, o homem contradiz,
mas sem recordar que ela não merece,
pois mesmo assim triste, magoada,
a ninguém recusa a sua benesse.

Sinal dos tempos? Qual o tempo dela?
Foi antes, agora, será depois?
Seu tempo é presente, não envelhece,
bom para os homens, de quem não se esquece.
Os deuses não morrem, sempre de vela,
intemporais, permanecem a dois,
tornando esta vida muito mais bela.

E seja qual for a forma escolhida,
sua presença nos dá alimento,
abrigo e calor, carinho e amor.
Na natureza, qual rei ou senhor,
é mãe, é terra, é fruta colhida,
e, sem alarde, mantém o momento,
é deusa, mulher, é fonte de vida



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

CÉU DE SAGITÁRIO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


CÉU DE SAGITÁRIO
Terezinha Manczak



Estás em mim,
aridez e dilúvio de mil dias.
Estou em ti
e cada pólo alastra
temporais e desertos.
Estou em ti, nuvem diluída
esbranquiçada de desejo.
Estou em ti e aluz difusa
de um dia tardio,
liquefaz-se em brumas
de espasmos e de espantos.
Estou em ti e a lua do sol posto
em fases de sal e mel,
dispersa a melancolia
e a rubra face dos ocasos.
Estou em ti e parto
para onde tudo acaba,
como quem nada sabe.
Estou em ti e recomeço
de outras eras,
estrelas que apedrejo
e recomponho.
Estou em ti, cavalo alado
dos invernos e alvoradas.
Estou em ti e me descubro
entre fim e começo do nada.
Estou em ti, treva e calmaria.
Estás em mim
onde tudo fica e tudo cabe.


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

A VOLTA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


A VOLTA
Luiz Eduardo Caminha



As folhas do plátano,
Douravam o chão da terra,
À beira rio.

Uma canoa solitária,
Um solitário homem,
A corredeira levava,

O rio, há pouco poluído,
Voltava a ter vida,
O pescador, voltara.


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez

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Lilian Regina de Andrade

LUAR DO SERTÃO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.


Aparecido Donizetti Hernandez



LUAR DO SERTÃO
Catulo Da Paixão Cearense



Não há, oh gente
oh não,
Luar
Como esse do sertão.

Oh que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
folhas secas pelo chão.

Este luar cá da cidade
Tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão.

Não há, oh gente...

Se a lua nasce
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão.

E a gente pega
Na viola que ponteia
E a canção
É a lua cheia
A nos nascer do coração.

Não há, oh gente...

Coisa mais bela
Neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão, se faz luar.

Parece até que a alma da lua
É que descanta
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar.

Não há, oh gente...

Ah, quem me dera
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez.

Ser enterrado
Numa grota pequenina
Onde à tarde a sururina
Chora a sua viuvez.

Não há, oh gente...




http://www.youtube.com/watch?v=4TDreOto7qU&feature=related


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

LA BELLA LUNA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


LA BELLA LUNA
Hebert Vianna


Por mais que eu pense
Que eu sinta, que eu fale
Tem sempre alguma coisa por dizer
Por mais que o mundo dê voltas
Em torno do sol, vem a lua me
Enlouquecer

A noite passada
Você veio me ver
A noite passada
Eu sonhei com você

Ó lua de cosmo
No céu estampada
Permita que eu possa adormecer
Quem sabe, de novo nessa madrugada
Ela resolva aparecer

A noite passada
Você veio me ver
A noite passada
Eu sonhei com você




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez

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Lilian Regina de Andrade

LIBERDADE DE PARTIR

Liberdade de partir.

Delasnieve Daspet



Eu podia gritar,
Podia mentir,
Podia dizer a verdade
sem necessidade de camuflar o sentir.

Mas... para que?
Nada do que faça irá mudar a situação.
Quanto mais solta as rédeas
Mais pesado é o grilhão.

E cansada vago pela terra,
Pelos céus, pelos mares,
Pelos montes e pelos vales
Procuro a dor dourada que consome.

E na suave descida
Do cinza pálido do alvorecer,
Buscando o sonho aprendo,
Que o segredo de amar
Está muito além do horizonte,
É a liberdade de partir ou de perder.
DD_12-11-03 - 10,30 hs -Campo Grande MS

TRAZE-ME

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez




TRAZE-ME
Cecília Meireles



Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

A COR DA TUA ALMA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


A COR DA TUA ALMA
Juan Ramón Jiménez



Enquanto eu te beijo, o seu rumor
nos dá a árvore, que se agita ao sol de ouro
que o sol lhe dá ao fugir, fugaz tesouro
da árvore que é a árvore de meu amor.

Não é fulgor, não é ardor, não é primor
o que me dá de ti o que te adoro,
com a luz que se afasta; é o ouro, o ouro,
é o ouro feito sombra: a tua cor.

A cor de tua alma; pois teus olhos
vão-se tornando nela, e à medida
que o sol troca por seus rubros seus ouros,
e tu te fazes pálida e fundida,
sai o ouro feito tu de teus dois olhos
que me são paz, fé, sol: a minha vida!



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

MEU SONHO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez



MEU SONHO
Cecília Meireles



Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...
Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.
Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar?
Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

QUANDO O AMOR E O OUTRO VAI EMBORA . O QUE FAZER COM A DOR?


Quando o amor acaba e o outro vai embora. O que fazer com a dor?
:: Rosana Braga ::




Uma dor que parece insuportável, interminável, inexplicável... Uma dor que insiste em se fazer notar, que traz ao pensamento, minuto a minuto, a pessoa amada, o amor acabado, a relação falida... O que fazer? Como superar essa situação que parece definitiva, que parece insuperável?

Vejo muitas e muitas pessoas sofrendo e se destruindo por um amor desgastado, desenganado e, muitas vezes, morto! Pessoas que não se conformam com o final de seu romance, que seriam capazes de arrastar por anos e anos um relacionamento sem confiança, sem reciprocidade, sem companheirismo, coagido pelas discussões, críticas e falta de compreensão... Simplesmente para não assumirem o fim!

Por incrível que pareça, por mais difícil que seja admitir que o brilho se apagou, que a paixão esfriou e que as expectativas cansaram de se frustrar, é muito melhor abrir mão de uma relação morta do que se autocondenar a viver num mundo que, na verdade, não existe mais!

Existem muitas razões para que um amor morra: falta de diálogo, medo de se entregar, desconfianças, ciúme excessivo, egoísmo exagerado, diferenças morais, religiosas ou até uma terceira pessoa - que já existia ou chegou depois... Mas a verdade é que nunca há somente um motivo.

Inconscientemente ou não, propositadamente ou não, o fato é que há sempre uma lição a ser aprendida, mesmo por aquele que está sofrendo, mesmo por aquele que não quer abrir mão do amor, independentemente de sua condição.
Então, a pergunta seria: por que manter uma relação que já não traz felicidade, que transforma cada dia numa batalha, que faz com que o outro se sinta pequeno, constrangido, decepcionado, angustiado e até sem vontade de viver?

Medo de começar de novo, sozinho, sem a muleta que lhe colocava no lugar de vítima? Medo de encarar a família, a sociedade e a sua própria consciência? Medo da solidão, da sensação de derrota, do vazio que inunda o coração? Medo do que mais? O que pode ser mais doloroso do que um amor pisoteado, abandonado, esquecido, destruído? O que pode doer mais do que a mentira, a indiferença, a ausência de corpo presente, a crítica constante, o desafeto, a traição (em todos os sentidos)?

Então, se você sente dentro de si um vazio que perturba, que dói, que faz com que tudo perca a graça e que tira a sua alegria de viver, eu sugiro: pare de tentar preencher esse vazio com qualquer coisa, com qualquer um, com um amor que já não tem mais condições de preencher nada... Olhe para esse cantinho frio e triste que existe dentro de você e convença-se de que para preenche-lo você precisa torná-lo atraente e saudável!

Aprenda com a dor. Cresça com o sofrimento. Evolua e se torne uma pessoa melhor toda vez que perceber um erro que cometeu, uma participação sua na destruição dessa relação. Essa é a missão de todo ser humano! Esse é o segredo do amor.
E assim, amadurecido, mais consciente e preenchido de um amor-próprio que até então você não conhecia, você estará se preparando para o novo, para um recomeço com muito mais chances de dar certo! E, quem sabe, até para reconquistar, de fato (com atitudes e um novo jeito de amar) a pessoa que foi embora...

Realmente não é fácil, mas é absolutamente possível. Por isso, ao invés de massacrar o seu coração insistindo num amor que já acabou, cultive a sua auto-estima, veja-se como merecedor de um grande amor e abra-se para uma nova oportunidade de amar, mais preparada e mais você!



Rosana Braga é Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante
e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro"
e "Amor - sem regras para viver", entre outros.

LIBERDADE É SEU DOM



LIBERDADE É SEU DOM
Aparecido Donizetti Hernandez
27/Julho/ 2010 - 14h35

Encontras tempo para defender e lutar pela
Liberdade, tens o dom de como uma
Zangarelha levar contigo todos nós a defender com
Ardor os princípios básicos da natureza humana à
Benevolência que conduzirá a humanidade com a
Eterna luta da dignidade humana em nosso Planeta
Terra, conquistando na liberdade a
Herança que nosso Mestre nos deixou...


Místico e misterioso podem ser esses dons
Inatos do seu destino, que lhe dão forças de não
Sucumbir às adversidades que são impostas.
Conduzindo com maestria a
Inspiração de seus dons,
Arrancado da expressão da alma
Silenciosa e
Combatente,
Inspiradora e contagiante é sua luta.




domingo, 25 de julho de 2010

INSÔNIA

Insônia³
Delasnieve Daspet



Não querem cerrar-se as pálpebras,
Magoadas....
O sono não chega.
Noite, no mais profundo silêncio,
A cerração e a escuridão era tal.

Mergulhando em perene penumbra,
Imaginei que nunca mais haveria de amanhecer!

Como um salgueiro triste,
Prendi minhas raízes no solo onde morrerei
De saudades...

Noite negra, velório de trevas,
O vento na face suaviza a ardência,
Fustigada pelas lágrimas...

Esgoto o cálice – lentamente!
DD_Campo Grande – MS – 9.02.10

VIAJANTE




Viajante¹
Delasnieve Daspet


Sou viajante da eternidade,
Meu corpo é mera oficina
Onde minh´alma trabalha.
.
Cheguei de longe...
Como planta renasço
Do solo profundo.
.
Viajo ao sabor do vento,
No serpentear dos rios,
No burburinho das matas,
Das taquaras que choram,
Das aves que voam,
Do gado que rumina,
Da paz que busco
No fundo do olhar!
.
Viajo ao encontro
De outros seres.
Não vou ancorar
Na angústia vazia...
Utilizo o tempo
Em minha própria melhoria.
DD_Campo Grande-MS 04.06.10

AGRADEÇO

AGRADEÇO...
Delasnieve Daspet
Campo Grande MS - 22.02.06 10,35 hs



Agradeço, o amor infinito;
Agradeço, o amor incomparável;
Agradeço, porque pensastes em mim;
Agradeço, por que sei que não me deixastes a própria sorte,
Porque sei que estas comigo,
Não só por hoje,
Mas por todo o sempre!

Toda vez que eu sorrir,
Toda vez que eu chorar,
Toda vez que eu me recolher,
Toda vez que eu me doar, agradeço!

Agradeço!
Agradeço a vida, a dignidade,
E a certeza de que tudo é possível...
Podemos, sim, conviver sem medo,
Sem rancor,
Em harmonia.

Agradeço pelo sol, pela lua,
Pelas estrelas, pelo vento, pela chuva,
Pelo calor, - que é a vida que transborda!

Agradeço, porque creio.
Creio na rua chamada Esperança
Pela qual caminhamos há tanto tempo!

Agradeço, porque acredito no ser humano,
Imagem e semelhança do amor...
Agradeço, porque acredito na vida,
Que célere e quente
Circula por minhas veias!

Agradeço, pela margarida branca
Em céu de sol dourado,
Perfume da mata que viceja,
Em meus rubros lábios sedentos...

Agradeço, pois que surges no final da tarde,
Tal qual andorinha sem ninho,
Em busca do ramo orvalhado...

HOLOCAUSTO

HOLOCAUSTO
Lairton Trovão de Andrade



Os hinos que estão esquecidos,
Os dias que mal os vivi,
Os sonhos que não os sonhei,
Os versos que nunca escrevi...

Do fundo do mar o negrume,
O hélio apagado do Sol,
A Lua coberta de nuvem,
O já desbotado arrebol...

A triste canção sem o ritmo,
A minha poesia sem nome,
A feia pintura que eu fiz
E o mais infecundo pronome...

O eclipse total lá do Sol,
O velho que está com pavor,
O choro dorido do Iraque,
O jovem que não tem amor...

O ozônio queimado do céu,
A bomba que já explodiu,
A prole sozinha sem pai,
A boca que nunca sorriu...

A Deus ofereço esta dor,
- Eu juro, não sou o Caim -
Que o Deus do Universo e do Amor
Perdoe, por ti, o erro em mim!

A mãe que matou seu bebê,
O ódio malvado do irmão,
A luta sem trégua do lar,
Do mundo a violenta paixão...

A luz do olhar deste cego,
A voz deste mudo cantor...
Suspiro de ave sem ninho,
Amigo caído com dor...

A vil poluição destrutiva,
Aquele progresso mortal,
A luz apagada da morte,
A fúria de um vendaval...

A louca corrida das drogas,
A promiscuidade sexual,
A aids com sua mortalha,
O reino tão negro do mal...

A paz lá da guerra funérea,
A sede do irmão nordestino,
A fome de todos os homens,
A culpa sem fim do destino...

A Deus ofereço esta dor,
Embora não seja o Caim,
Que o Deus do Universo e do Amor
Perdoe, por ti, o erro em mim!



Lilian Andrade

TIGRE


Tigre
Delasnieve Daspet
.

Enfrento um tigre que todos os dias.
Acorda comigo...
Tenho de domar sua ferocidade
E viver de maneira saudável.
.
Competir todos os dias, todas as horas,
Em todos os campos,
Faz a angustia nascer em nós.
Como reagir a insegurança
E ao medo que nos atordoa?
.
Abraço-me ao meu medo
Envolvo-me com minhas inseguranças
Encaro-os com coragem,
Solto o corpo rijo,
Abandono os sofrimentos,
Sinto a dor até o fim...
Vou ao encontro da liberdade!
DD _Campo Grande-MS 21.-05.10

POEMA DESENHADO


POEMA DESENHADO
Mario Quintana



No meio da página escrevo por acaso a palavra MENINA
e, à sua magia, um caminho abre-se
para ela andar

E como houvesse brotado a seus pés um arroio espiador,
uma ponte estendeu-se
para ela atravessar

Mas a menina
agora parou
e do meio da ponte namora encantadamente nas águas
a graça inacabada de seu pequenino rosto feito às pressas

Às pressas...
(nem tive tempo de lhe dar um nome)

A vida é assim
Meninazinha sem nome...

A vida nem da tempo para a Vida!




Lilian Regina de Andrade

DIALÉTICA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.
Aparecido Donizetti Hernandez


DIALÉTICA
Vinícius de Moraes


É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...





Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez

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Lilian Regina de Andrade

sexta-feira, 23 de julho de 2010

RIACHO

RIACHO
Aparecido Donizetti Hernandez


21/Julho/2010 – 14h25




Seu temperamento fascinante, temperamento de alma livre,
Como livre tem que ser o amor... livre, mas com ardor,
Como és livre, não a compreendes os que tentam controlar o seu amor.

Alma translúcida de mulher com corpo torneado de curvas sinuosas,
A conheci caminhando descalça nas areias brancas à beira do riacho,
Riacho de águas claras e límpidas, que refletia o sol de fim de tarde,
Criando luzes como na aurora boreal.

Luzes que fixaram em minhas retinas
A imagem que carrego da primeira vez que a vi,
Com seu longo vestido carmim com adereços azuis
E fascinante sorriso em seus lábios,
Lábios que a primeira vez beijei e nunca mais esqueci.

Temperamento fascinante que embeleza meus sonhos,
Sonhos de poder todas as noites te ver,
E nunca mais te ter
À beira do riacho de areias brancas de águas cristalinas...
Cristalinas como o ardoroso amor que nutro por ti.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

INGRATIDÃO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


INGRATIDÃO
Raul de Leoni


Nunca mais me esqueci!… Eu era criança
E em meu velho quintal, ao sol-nascente,
Plantei, com a minha mão ingênua e mansa,
Uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e íntima esperança…
Cresceu… cresceu… e aos poucos, suavemente,
Pendeu os ramos sobre um muro em frente
E foi frutificar na vizinhança…
Daí por diante, pela vida inteira,
Todas as grandes árvores que em minhas
Terras, num sonho esplêndido semeio,
Como aquela magnífica amendoeira,
E florescem nas chácaras vizinhas
E vão dar frutos no pomar alheio…




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


TEMPO
Valdir Merege Rodrigues


Lança ao vento
Lento
Os teus propósitos
De conquista
E insista
Na caminhada
Essa jornada é
A fé
No compasso que embala
O tempo
Lento
Que te determina
E faz figura
Segura
A refletir fascinio
Daquilo
Naquilo
Que é desconhecido!

O tempo aceita
E acata
O que vem de ti
E vai de encontro
Ao confronto
Da verdade
Onde a razão se ajusta
A custa
Do que entendemos
De reflexos
E amplexos
Quando nos entregamos
Aos caprichos que dominam
E ensinam
A caminhar quem no tempo
Fez-se sábio
E sóbrio
Aceitou os desígnios da vida!




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

A FLOR DO MARACUJÁ

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


A FLOR DO MARACUJÁ
Fagundes Varela


Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!

Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas do sereno
Nas folhas de gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá!

Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá!

Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!

Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová!
Pela lança ensanguentada
Da flor do maracujá!

Por tudo o que o céu revela!
Por tudo o que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está!...
Guarda contigo esse emblema
Da flor do maracujá!

Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em — a —
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

SAUDADE DO SERTÃO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


SAUDADE DO SERTÃO
Lourival Perez Baçan



Que choro é esse que o sertão escuta
Feito o lamento de um carro de boi
Feito um berrante que no entardecer
Toca "o silêncio" para o sol morrer.

Será o aboio de um vaqueiro triste
Vagando a esmo no estradão de pó
Ou passarinho tonto, sem destino
Caçando a mata que não mais existe.

Talvez um riacho soluçando calmo
Por sobre um leito que não reconhece
Ou nas pastagens, relinchando inquieto
Pobre cavalo só esperando a morte.

Quem sabe até seja uma boa viola
Que espera a lua pra fazer poesia
Ou a moçada em volta da fogueira
Contando causos numa noite fria.

Mas na verdade quem viveu já sabe
O que é o soluço que do peito sai`
É uma tristeza feita com saudade
Dos velhos tempos que não voltam mais.




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

A VOZ DO AMOR

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


A VOZ DO AMOR
Cecim Calixto



Esfrio a guerra congelando mágoas
aqueço as almas como esfrio as águas
em mutações que a própria mente enseja.
Abro caminho aos vegetais floridos
e encho de vida os corações feridos
porque sou tudo que o mortal deseja.




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade