domingo, 26 de dezembro de 2010

LUAR DA MADRUGADA

LUAR DA MADRUGADA
Aparecido Donizetti Hernandez

Hoje... Já é madrugada,
Ela não aparece
Co'a minha viola
Pra cantar nessa noite enluarada
Os versos que fiz pr'ela
Bem antes da alvorada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AUSÊNCIA DE OUTRORA

AUSÊNCIA DE OUTRORA
Aparecido Donizetti Hernandez


Caminho pela estrada de areião...
Estrada de fofa areia branca.
Olho as suas margens...
Não vejo mais as verdes matas que a circundavam...
Matas que haviam na minha infância.

Caminho pela estrada de areião...
Nas suas margens não vejo mais os cafezais
Que a circundavam na minha adolescência.

Vejo em suas margens o verde,
Mas não mais o verde das matas
E dos cafezais com brancas flores.
Hoje, somente vejo o verde do canavial,
O vermelho de suas chamas
E o negro de sua fuligem.

Minha estrada de areião branca e fofa continua aqui...
Mas não mais feliz...
- Falta as matas e as flores brancas do cafezal -


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

BRISA DE AMOR

BRISA DE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez



Coração trancado, um castelo inexpugnável,
Não permitindo a entrada do amor.
Coração de janelas serradas - sem sol sem brisa.
"Feliz" coração na dor, sem amor.

Abri a janela do meu coração,
E como suave brisa você adentrou,
Transformando-se em furacão
E agitando todo meu corpo se instalou.

DO AMOR, QUERO....

Do amor, quero...
Cibele Carvalho


Do amor, quero o beijo ardente,
o coração apressado no peito,
o corpo a corpo travado no leito.
Quero a expectativa do encontro,
e a privação total dos sentidos
no momento da paixão.
Quero o prazer que me percorre o corpo
ao toque sensual da mão.
Do amor, eu quero amar... mais nada!
E, depois do amor, eu quero, simplesmente,
ser mais, e outra vez, amada.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ANJO AMADO

ANJO AMADO


Feito anjo
Você surgiu
Em minha vida
Trouxe alegria
Deu-me guarida
Transformou
Dias cinzentos
Em exuberantes
Arco-íris
Nuances
Felicidades
Cores
Em minha vida
Novas razões
De viver
Ser feliz
E hoje
O que tenho
De mais caro
Mais lindo
E mais raro
É teu lindo
E puro
Amor

Claudete Silveira
(Clau Poeta)
17/11/2010

TEMPO DE SONHAR

TEMPO DE SONHAR


Tua voz
É sedução
Aos meus ouvidos
É canção
E faz-me sonhar
Ao imaginário da vazão
Alça vôo
Aterrissa
Em doces sensações
Do teu corpo
A me tocar
Lábios molhados
Sedutores
Desejosos
Puxa-me pra si
Olhos nos olhos
Coração palpitante
Pele
Em suaves arrepios
Cio decorrente
Entrega total
Sonho descomunal
Realidade efervescente
Tempo infindo
Amar...amar
Assim...simplesmente
Como
Se nada mais
Houvesse no mundo
Apenas nós
Em momenrtos de amor
Alucinantes

Claudete Silveira
(Clau Poeta)
15/11/2010

EU SOU EU

EU SOU EU.


Tenho todos os defeitos
E todas as qualidades
Meus amigos me amam
E me odeiam
Digo o que desejam ouvir
E penso tudo o que detestam
Mas essa sou eu
Autêntica, irreverente
E consistente
Explico meus medos
Justifico desatinos
Complico meus erros
Mas é que sou eu
Em minhas vertentes,
Saliente,
Conscientemente.

Niféia G

AME PARA VIVER...

Ame para viver...
Sylvia Cohin



Ame pra viver
Ame com carinho
Ame sem temer
Ame sem medir
Ame sem condição
Ame sem mentir
Ame sem contradição
Ame mansamente
Ame com desvelo
Ame incansavelmente
Ame coerente
Ame sem restrição
Ame generosamente...
Ame com loucura
Ame fraternamente
Ame com doçura
Ame com serenidade

Ame com paciência
Ame exaustivamente
Ame com benevolência
Ame acreditando
Ame sem barreira
Ame estar amando
Ame sem fronteira
Ame com desprendimento
Ame sem favor
Ame por Amor
comprometidamente,
E quando parecer
que Amar é dor,
Ame redobrado,
e faça Livre o Amor...

DOCES RECORDAÇÕES

DOCES RECORDAÇÕES



Chuva fina toca meu rosto
Na boca ainda
O gosto
Dos teus beijos
Cheiro de terra molhada
Traz-me recordações
De horas tantas
Por nós vividas
Desejos insanos
Percorrem meu corpo
Fecho os olhos
E os absorvo
Contigo faço amor
Em pensamento
E só lamento
Não poder neste momento
Ter-te em meus braços
Entre beijos
E abraços
Teu corpo
Usufruir

Claudete Silveira
(Clau Poeta)
10/11/2010

AS ALMAS VÊM EM GRUPOS

As almas vêm em grupos
- Rivkah Cohen -

Não é à toa que as identificações ocorrem.
Não é à toa que gostamos de certas pessoas.
Mesmo sentindo que as lembranças fogem,
nos harmonizamos quando seu nome soa.

Não precisamos nem ver-lhe o rosto,
pois sabemos dela gostar.
No meio da multidão, aposto,
saberíamos nos identificar.

Assim como os mergulhadores buscam as pérolas
e elas se deixam encontrar,
vamos pela vida encontrando as almas
para com elas nos harmonizar.

A PRES

A PRESA


A palavra que brota dos meus dedos é arisca.
Com seu espírito indomável,
supera a minha vontade e me domina,
sem mostrar sua origem e seu vértice.
Consegue desfibrilar meus sentimentos
e, no ímpeto das raízes,
flameja minha pouca lucidez até a ebulição.
Só quando a paixão transborda
e um grito percorre as veias,
é que ela toma a forma de um relâmpago
e - num lapso – reluz.
....................
O poeta tem de ser exímio caçador,
que a sua presa domina os segredos do escape.

Basilina Pereira

ALCANCE

ALCANCE

Quando a alma sangra, os olhos não veem.
Mas o vento capta a direção da estrela
que mergulhou na noite mais fria,
levando com ela o brilho do azul.
Se a lâmina que dilacera o sorriso
pudesse ser contida!
Se a maldade e a loucura
não tivessem pontas tão velozes!
Talvez os filhos do homem
caminhassem sobre as águas,
as cores do dia não se mesclassem de lágrimas
e a vida fosse apenas um tempo e um caminho
onde pés rodopiassem sobre a música
e não precisassem de sapatos.

Basilina Pereira

SOLDA POESIA

Sol da Poesia
Luli Coutinho


Nos momentos de espera
Em que me senti emaranhada
E minh’alma se esvaia ao nada
Perdia-me de ti

De repente, sobejamente
Tu chegas ao meu vislumbre
Despertas um vendaval de lumes
A arder-me de ciúmes

Chegaste com as ondas do mar
Como a espuma à areia pousar
Desnudo ao sabor da maresia
Aguardavas o sol da poesia

Libertei-me das amarras do mal
Das teias enrugadas de sal
Um outono se levantou em flor
Renasce esquecido o dissabor

Ao amanheceres encantando amor
Toda magia, sortilégios, luz e cor
Às chamas do encontro se guardava
Um coração ansioso te esperava

Estremecida a tua quente doçura
Minha pele vibrante em alvura
Quedou-se aos cantos do trovador
Vida e poesia sobrevividas a dor


17/05/10
São Paulo - SP


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

REMANSO DA SAUDADE

REMANSO DA SAUDADE
Aparecido Donizetti Hernandez





Aprendendo a nadar,
O corpo leve flutuando n´água...
Flutuava na superfície da água
Com ajuda de duas porungas.
...Insistência no aprender nadar
Com as boias feitas artesanalmente.

Ansiava a chegada do sábado
Para tomar banho no remanso do ribeirão,
Onde era levado pelos tios
- Que se divertiam, deixando as amarras das porungas soltas - .
Amarras soltas, soltavam-se as porungas
E lá ia o corpo não mais na superfície.

Doce sábado ensolarado a aprender a nadar
No remanso das águas calmas do ribeirão.
Lembranças das matas que circundavam suas margens
Deixando frias suas águas
... Mesmo com o Sol escaldante do meu interior.

Flutuo hoje com as meigas lembranças da bela infância,
Flutuo hoje com as imagens gravadas
Na retina coberta de lágrimas
Da boa saudade das suaves águas do ribeirão.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

VIDA

VIDA

Os anos passam
Ganhamos experiências
Acumulamos perdas
Vivenciamos alegrias
Entristecemos
Por decepções
Apostamos no futuro
criamos expectativas
Realizamos sonhos
Reafirmamos
Amizades sinceras
Buscamos por ideais
Compartilhamos sentimentos
Decodificamos erros
Equacionamos tentativas
E bem ou mal
Vivemos

Claudete Silveira
(Clau Poeta)
02/11/2010

VALORES

VALORES


A palavra tem de ser maior que o grito,
o sentimento, superior à palavra
e a poesia ir além do sentimento,
ultrapassar a barreira da indiferença
e cravar seu eco no tempo.

Que esse alcance sobreviva,
mesmo na memória dos indiferentes,
daqueles de visão curta e desfocada
e renasça mais forte um dia
quando o alarido se curvar ao silêncio.

Basilina Pereira

ESPERO

ESPERO...


Espero por algo
que vai me acontecer
não tenho certeza
ninguém pode ter
mas, acontece
melhor, inesperado,
do que de se prever
tem mais beleza.
me fará viver
me aquece.

Ninféia G

CAIXA DE DESEJOS

CAIXA DE DESEJOS


Peguei teus beijos
jogados
fora

Guardei-os
Na caixinha
Dos desejos

Abro-a sempre
Pego-os pra mim
Pra mandar
A saudade embora

Claudete Silveira
(Clau Poeta)
07/09/2007

UM LUGAR NO MUNDO

UM LUGAR NO MUNDO
Ontem chorei sobre tuas lágrimas
e doeu.
Aqueles mesmos olhos,
eu não os conheço mais
e da voz de veludo azul...
quem dera restar ainda
o eco translúcido – doce miragem.
Como arquivar o momento,
a palavra,
o gesto
que não têm data para morrer?
Ah! se eu soubesse!...

Basilina Pereira

PARE O TEMPO PARA ME AMAR

Pare o tempo para me amar

Preciso parar as horas, o tempo,
dentro do peito as batidas estão enfraquecendo,
alguns inesperados nos fez distanciar,
já não consigo sonhar, não quero parar o amor.

Deixe que meus olhos chorem um pouco,
não estou sentindo nada, é tudo mentira,
fique com os sentimentos prontos,
qualquer hora pare o tempo, por favor.

As músicas já não me fazem voar,
o gosto do beijo foi da boca,
restaram-me alguns poucos pecados,
não tenho como saciar a fome do seu amor.

Hoje sinto que algumas palavras soaram estranhas,
amar você não foi o bastante,
antes que me enlouqueça, separe a paixão,
deixe ao menos o prazer aproximar nós dois.

Mulher, minha mulher amante,
não deixe que o tempo nos faça esquecer,
estamos no mesmo caminho, olhe ao lado,
quero ser a razão, a vida, você a razão do amor.

24/10/2004

Caio Lucas

AINDA SOBRE O AMOR...

AINDA SOBRE O AMOR...
Pode o amor ser oculto
Quando há tantos para ser amados
E tão poucos para amar
Então, que venha em abuso
Pois há muitos para serem amados
E são tão poucos a amar
Mas que seja um amor lúcido
Pois são tantos não amados
A quem precisamos amar

18-10-10

Ninféia G

sábado, 30 de outubro de 2010

SEMENTE


SEMENTE
Aparecido Donizetti Hernandez


Depois da chuva, úmida e suave, a brisa sopra,
Pássaros saem a cantar,
Aleluias forram o céu a voar,
Pássaros a se alimentar.

Depois da chuva, saio à rua p'ra te ver passar,
Olhando o céu...
Vendo os pássaros se alimentarem,
As aleluias a voar...

Depois da chuva, te vendo passar
Com a semente do amar,
Como os pássaros a se alimentar,
As aleluias a voar...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

INVASÃO


INVASÃO


Com que direito
Entraste em meu mundo
Ofereceste guarida
Pra depois me abandonar?

Com que direito
Mexeste com meus sentimentos
Deste-me alento
Se não era pra ficar?

Com que direito
Chegaste assim de mansinho
Cobriste-me de carinho
Fazendo-me apaixonar?

Com que direito
Fizeste-me assim sofrer
Com tamanha dor em meu peito
Vendo-te partir pra não mais voltar?

Com que direito
Transformaste meu tudo em nada
Abalaste minha inspiração
Tirando-me do viver a razão?

Com que direito
Colocaste minha vida de pernas pro ar?
Ah! Não tinhas este direito...
De meus sentimentos revolucionar

Clau Poeta
13/10/2010

DESENHOS DE AMAR


DESENHOS DE AMAR


Pensei que nessa vida eu amaria
Como a praia ama o mar
Como as tintas a sua tela
Como as flores a bela primavera

De certo errei quando tentei
Amar eu realmente não amei
De fato eu sei, nem amarei
E tudo enfim é só quimera

Amores existem para ser vividos
Tem cheiro, cor e sabor
Não os jogue assim ao vento
Não os torne dissabor

O coração as vezes fechado
Impede sua entrada
Veja-o como algo lindo
Uma bela tela pintada

Adriano Húngaro
Claudete Silveira
(Clau Poeta)

VOO CEGO



VOO CEGO



O poema que lateja em mim
tende ao invisível.
Depois de tanto balanço,
idas e vindas,
buscas inimagináveis
pelo contorno perfeito,
- lá vai ele –
cavar seu espaço no mundo dos olhos
ouvidos e sentimentos.
Sem nenhuma garantia, irrompe e nasce...
O escuro é a luz que o espera
e o deserto de almas...seu desafio maior.
Quantas surpresas o aguardam!
Ninguém prepara o poema para ser preterido
ou trocado por um voo cego, na noite.

Basilina Pereira

A PONTES

A PONTES


Talvez minha vida tenha sido usurpada
por um sentimento maior que o medo,
pela insegurança que me rege os passos
ao contornar os dias sem face
e as noites sem espelho.
Ouço as músicas que nunca tocarão
no aparelho da minha sala
e sonho com as festas
que minhas amigas antigas
tiram de outros tempos
para recordar.
Sinto que minha infância não me pertence
e não sei como chegar à velhice
sem as pontes...todas as pontes
que não pude atravessar.

Basilina Pereira

INTENSIDADES

INTENSIDADES


Desencontrada do meu destino
Tua presença se faz marcante
Moldada no dia-à-dia
Sou um ser itinerante
Busco saudades que já não voltam
Vivo no pouco meu muito
Intenso é cada segundo
E de nada me arrependo
Assumo que tenho medos
E os enfrento de cabeça erguida
Se caio, logo levanto
Sou amor
Sou mutante

Claudete Silveira
(Clau Poeta)
10/10/2010

BALADA DO CAMINHO


BALADA DO CAMINHO



Este silêncio indeciso,
tatuado de leveza,
é disfarce, é improviso
à espera de uma surpresa.

As coisas podem não ser
justo aquilo que aparentam
é difícil perceber
o sentimento que tenta

proteger-se dos espinhos
sob a rosa estremecida,
quando o homem deixa o ninho
traz consigo a despedida.

Vai em busca da alegria
que ouviu contar nas histórias,
sem saber que cada dia
tem sua própria trajetória

que pode ser sinuosa,
com barreiras pra transpor,
quem quer sua vida ditosa,
deve escolher bem a cor.


Basilina Pereira

O LIMIAR

O LIMIAR


O que restou de uma vida que se desintegrou?
Será que alguém apanhou sua luz,
decorou seu poema favorito
e guardou sua canção antiga?
Ah! os filhos!
De onde vêm? Para onde vão?
Ignorados...amados... estão vivos.
Estão?
A morte é a certeza do dia,
sob o ranger das dobradiças:
pedaço de céu,
pedaço de dor...
Ah! se ao menos os meus versos
ecoassem entre os teus passos...
qualquer pegada...mesmo longe...
só para lembrar um pouco a eternidade.

Basilina Pereira

MUDANÇAS

MUDANÇAS

A roda gira ante meus olhos
e não sei aonde ela vai parar.
Há estrelas sob meus pés
e jazidas em minha mãos.
Nada justifica a tristeza que canta,
a não as flores que não se abriram.
Estou atordoada: a velocidade me ultrapassa.
Sei que hoje algo será inventado:
- sempre o bombardeio do novo -
mas sobram olhos aflitos atrás das lentes!
Não conheço mais as cores e sou tão outra dentro da mesma,
até sofro de tremores nos dedos.
Ainda bem que o amor não muda!

Basilina Pereira

O CHAMADO

O CHAMADO


É...talvez!
Um punhado de sonhos
perdidos entre as estrelas
e eu aqui...já sem poder sonhar.
Um dia acreditei.
Senti a verdade sob os lençóis,
na concretude das mãos,
dos lábios...do sol.
Era noite, mas a vida pulsava:
havia a música, festas,
os sábados eram fiéis,
os domingos ao alcance da mão
e eu vivia minha própria história.
Mas isso foi num tempo
em que eu chamava pela vida
e ela me respondia.

Basilina Pereira

DESPUDOR

DESPUDOR

Teu carinho
me encanta
leva-me ao céu
Teu desejo
junta-se
ao meu
meu corpo
inflama
te chama
te quer
Sou
fogo latente
mulher irreverente
sem preconceitos
Quero teu corpo
teus beijos
Em teus braços
saciar
meus desejos
depois
calma e serenamente
ao teu lado
adormecer

Claudete Silveira
21/09/2010

domingo, 10 de outubro de 2010

MEU SILÊNCIO

MEU SILÊNCIO
Aparecido Donizetti Hernandez



Em meu profundo silêncio estou pensando em ti,
Vendo-a sonolenta na cadeira,
Imagino se estás sonhando...
Sonhando com o que?...


Nesta viagem de sonho,
De seus sonhos,
Onde me encontro,
Imagino estar em seus sonhos,
Nesse túnel do tempo
Transportando a ti para longe...
Longe do meu silêncio.

Silêncio que faço
Em meus tortuosos pensamentos
Que me transporta para perto de ti,
Tentando encontrar-te nos meus sonhos,
E estar em seus sonhos...

sábado, 9 de outubro de 2010

NA PONTA DO LÁPIS

NA PONTA DO LÁPIS
Aparecido Donizetti Hernandez


Com suas mãos em minhas mãos
Desenhei as primeiras letras,
Construí as primeiras palavras,
Fiz os primeiros desenhos,
Aprendi o alfabeto,
Iniciei na gramática,
Contigo aprendi matemática,
Aprendendo a somar e a dividir os números.

Contigo conheci deuses e semideuses
Que moraram no Monte Olímpo,
Passiei em cavalos alados...

Contigo aprendi a conhecer os relevos,
As montanhas e o planalto,
A ver as estrelas e os planetas.
Aprendi o que é o nível do mar,
O que está acima do nível do mar,
Conheci a história da humanidade,
A passada e a contemporânea.

Com suas mãos a gesticular me fez pensar...
Conhecer o folclore:
Curupira, Negrinho do Pastoreiro e Salamanca do Jarau.
Contigo, a me fazer pensar, abriu-me o mundo
Nos livros que me fizestes ler, reler e sintetizar.
Contigo, nosso mundo está nas mãos
E tu os transporta ao nosso cérebro
.
Não te esqueço com suas mãos em minhas mãos,
E na ponta do lápis me ensinastes a escrever e a ler
As primeiras letras desenhadas
E as primeiras palavras construídas
Que abriu-me o mundo...
Meus Mestres!



MÃE DOS OLHOS NEGROS


MÃE DOS OLHOS NEGROS
Alini Aparecida Souza Oliveira




Mãe de tudo e de todos

Cubra-nos com o seu manto,

E acenda a luz dos nossos corações

Nos mostrando a verdadeira fé.

Eu sei que posso te sentir

Onde estiver, Nossa Senhora,

Mãe dos olhos negros

Ensine-me amar, como amou

Seu filho Jesus.

Mãe que acompanha muitas famílias

Trazendo a fé, o amor e o caminho entre todos,

Milhares são reais, pois curastes muitos filhos seus.

Nos leve no caminho da luz

Onde se encontra a paz

Que a muito ninguém sentiu.

Amai e serás amado

Por tudo e por todos

Se quiser senti-la basta

Ter fé e acreditar

Abençoe nosso Brasil

Mãe dos olhos negros

sábado, 2 de outubro de 2010

OVOS DE ANU


OVOS DE ANU
Aparecido Donizetti Hernandez
- Prosa -

A vida no interior era boa e, ao mesmo tempo, dura: boa para a infância, onde o menino brincava com seu carro de boi feito de lata de sardinha em conserva, onde fazia dois furos, passava barbante, com gravetos furava duas pequenas laranjas ou limões sicilianos e atrelava sua junta ao seu carro de boi feito de metal.
- Deitado ao chão puxava de lá para cá seu carro de boi cheio de gravetos imitando o que via no original. Esvaziava e enchia de novo... assim passava horas e horas sob a sombra do pé de carambola, onde o chão era de areia tão fina e branca que parecia talco -
Ao mesmo tempo em que fazia sua lida imaginária olhava as jabuticabeiras em flor, a grande árvore de manga-espada florida, ouvia o cantar do canário-da-terra... ao longe chamava a atenção um bando de anus; e o menino quando não estava na lida com seu carro de boi, ia visitar os enormes ninhos e recolher seus ovos brancos que colocados às mãos ficavam azulados.
Como poderia o menino resistir em tê-los às mãos?
Com mãos habilidosas nona Amélia fazia colares: com agulha fazia dois furos nas extremidades dos ovos, com jeito e paciência para não quebrá-los, retirava clara e gema, passava linha por entre os ovos, um a um, e estava pronto o colar azul para enfeitar o pescoço do menino.
Enquanto brincava, ora de carro de boi, ora procurando ninho de canário-da-terra, acompanhando o botar dos ovos, acompanhando passo a passo o nascer de novos canários e seu desenvolvimento... às vezes, na companhia de um enorme cão chamado Gavião.
Na primavera, com as jabuticabeiras, o pé de carambola e o cafezal em flores também floresciam os capitães num lindo jardim reservado somente a eles - era o xodó de nona Amélia - , onde borboletas multi-coloridas passeavam... mas menino é menino e lá se ia de peneira às mãos caçá-las e amassar as flores de Capitão.
A brincadeira de caçar borboletas era a brincadeira condenada: nona Amélia ralhava com o menino para sair do canteiro e soltar as borboletas; ele atendia, mas cinco minutos depois, lá estava ele de novo a caçar.
Menino é menino!
O menino gostava de fazer e armar arapuca, que servia para caçar especialmente pombas do mato - naquela época era normal crianças do interior fazerem isso - ,
Mas, o que o menino mais gostava, além de brincar com seu carro de boi sob a sombra do pé de carambolas, era recolher, nos grandes ninhos, os ovos brancos de anus pela beleza de vê-los ficar azul e ver nona Amélia fazer colar. E lá se foi o menino em mais uma aventura, a subir numa enorme jabuticabeira para apanhar os ovos: os anus "grunhiam" brabos, pressentiam que boa coisa não iria acontecer. - A enorme jabuticabeira formada por dois galhos principais saindo do tronco em forma de ipsilon -. Quando o menino estava a, mais ou menos, vinte centímetros do primeiro ninho, com seu pequeno braço agarrado ao tronco, não viu a pequena taturana ao lado oposto do galho, tal como a proteger os futuros filhotes de anus, “queimando” seu braço.
Menino é menino!
E aos berros, o menino clamava por nona Amélia, que com sua sapiência agarrou a taturana matando-a, esfregando suas "tripas" ao pequeno braço do menino... e como que um bálsamo a dor se foi como um toque de magia.
Depois dessa experiência, nunca mais o menino foi pegar ovos de anus, nunca mais teve colares coloridos com os ovos azulados.
Mas... menino é menino!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SACO DE FARINHA

SACO DE FARINHA
Aparecido Donizetti Hernandez




Camisa branca feita de saco de farinha alvejado...quarado,
Embornal do mesmo pano a tira-colo,
Lá se vai o menino a caminho da escolinha da vila
Caminhando na estrada de areião com seus sonhos...
Sonhos de não precisar ir a escola com tal traje,
Que para ele era ultraje.

Lá vai o menino na estrada de areião,
Perseguindo em sua mente sem saber de seu destino,
Tracejando a estrada na espera de nada.

Lá vai o menino com seus sonhos de ter e querer
Seus planos de preferir andar à cavalo,
Caçar passarinho no ninho...
Do que ir à escola com sua camisa branca de saco de farinha,
Preferia o embornal cheio de pelotas de macaúva
Em vez do "Caminho Suave".

Lá vai o menino de dedos abertos
Repletos de bicho de pé na estrada de areião,
Com sulcos profundos feitos da roda do carro de boi...
Que ele preferia ouvir o ranjer,
Do que os ensinamentos escolares,
Lá vai o menino, com seus sonhos...





terça-feira, 28 de setembro de 2010

BORDADO

BORDADO


Não tenho marcas no corpo,
mas tenho tatuado,
poro a poro,
teu nome:
letras de amor
bordadas com toques teus
em cada recanto da minha pele.



Clau Assi

SEM ENDEREÇO



SEM ENDEREÇO



O silêncio enche o quarto.
Fecho o livro de sonetos:
tão certinhos!
Quisera fossem assim meus sentimentos.
Mas não, esses transbordam,
qual pássaro que cai do ninho.
Quase chego a ouvir suas vibrações:
estou nelas ou elas estão em mim?
Com autonomia, andam, correm, atropelam...
Sempre em busca dos sonhos,
só se esquecem de que eles não têm endereço.



Basilina Pereira

POEMA SECO

POEMA SECO



Sob o manto da tarde,
o bailado das horas
prossegue
na lentidão dos dias quentes e secos
desta cidade que espreita,
agita-se e espera.
Aguarda pelo dia em que a chuva
não seja apenas uma miragem,
e a inspiração traga versos,
muitos versos: úmidos de emoção.



Basilina Pereira


NADA



NADA



Quando tudo se faz aperto
E o negrume da aflição grita
Talvez seja preciso
Não fazer nada
Nada pensar
Nem nada agir
Deixar que o nada se hospede
Que fique
Nos ensine
Limpe.
E então
Recebendo de braços aberto a claridade
Renascer.

Clau Assi

VEM


Vem!


Vem me contar um segredo
E que sua morna respiração
Chegue primeiro e
Na base do ouvido,
Que as palavras percam o sentido.

Vem!

Vem me abraçar,
Fazer todos os contatos
Dividir o mesmo quarto,
Se perca para eu te achar!

Vem!

Vem dividir essa vida
Me dar paz e acolhida
Me receber em seus braços.

Vem!

Vem viver, rir, acontecer
Compartilhar, dividir,
Se encontrar, sentir,
Olhar nos olhos....
E se deixar apaixonar,

Vem!


Betânia Uchôa

MEIO TRISTE?


MEIO TRISTE?


Meio triste não existe
Se o inteiro se completa
Por que sofrer com tristezas
Se ter alegrias
É o melhor
Que há na festa


Claudete Silveira
(Clau Poeta)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

OPÇÃO


OPÇÃO




Há algum tempo,
fechei os armários antigos,
desliguei a televisão,
rasguei os jornais velhos
e também os novos...
desfiz-me de lembranças pardacentas,
comprei cores novas para as janelas
e fiz um pacto com a felicidade.
Sei que ainda haverá dias grises,
mas eu os ungirei de laranja,
só para não desapontar o sol
e banirei todas as lágrimas,
exceto aquelas
que dão vida ao arco-íris.

Basilina Pereira

FEITO NINHO

FEITO NINHO


Como se desenha uma emoção?
Qual a cor preferida do carinho?
Eu querida lhes mostrar meu coração
que hoje tem o formato de ninho

pra acolher todos os gestos de amizade
que agradeço. Já grafei no calendário.
Isso, sim, é afeto de verdade
que enfeita este meu aniversário.



Basilina Pereira

PRIMAVERA


PRIMAVERA
Lairton Trovão de Andrade




Garbosa a primavera vem florida
Desabrochar, ligeira e colorida,
Pétalas de emoções.
Os pássaros gorjeiam bem felizes
Por entre tanto brilho e matizes
De flores aos milhões.

Borboletas vermelhas e azuis
Tornam belos jardins muitos pauís
– Pinturas de aquarelas.
Soberbo pé de ipê aqui da terra
Co´a natureza enfeita aquela serra
De flores amarelas.

Já vão se abrindo mil flores silvestres
Pra colorir, assim, vidas campestres
Com mais rara beleza.
Semeadores do solo estão sorrindo,
Debaixo deste céu de azul infindo
- Qual manto de princesa.

Nasceu a primavera em setembro
Para reinar com pompa até dezembro
– Agonia do ano.
As flores simbolizam a ternura,
Além de prenunciar grande fartura
Da estação de outono.

A rústica e alegre quaresmeira
Florescerá pujante, por inteira,
No calor do verão.
Homenagem do mês de fevereiro
Aos nascidos no signo derradeiro
– Com flores que virão.

Primavera feliz e esperançosa,
Que voltará pro ano bem viçosa
Num perene folgar.
Como o passar ligeiro da fumaça,
Para nós, o ano é vida que passa
Pra nunca mais voltar.

Oh, que Deus nos ajude! – eu bem quisera!
Quando, no ano que vem, a primavera
De novo florescer.
Quero ver você, como vejo agora,
Com vida de esperança, em nova aurora,
Num feliz renascer.
Pinhalão/PR

terça-feira, 21 de setembro de 2010

INGRATIDÃO

INGRATIDÃO
Aparecido Donizetti Hernandez




Não convivas com a ingratidão,
Se fizeres sempre algo
Para ajudar a outrem
Não espere o reconhecimento de seus atos,
Sejas altruísta, isso a ti sempre contará...

Não esperes a gratidão
Como reconhecimento de tais atos,
Espere, somente, que a ti
Seus atos o deixará em Paz.

Se a ingratidão for a única resposta a seus atos,
Entenda que há os sugadores da benevolência alheia,
Que somente aos ingratos faz mal
Não lhes dando a Paz que tu encontras
Em seus atos de benevolência e amor.
Tu que pregas a Paz,
Pratique-a em todos os seus grandes e pequenos atos

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A 'ARCAH' DO TEMPO

A “ARCAH” DO TEMPO
Aparecido Donizetti Hernandez


Conheci Hanna nas viagens pela "nau" da internet. E quantas coincidências: tínhamos os mesmos sentimentos; cruzamos, sem saber, as mesmas esperanças de viajarmos no tempo.
Na verdade, imaginávamos mesmo antes de nos conhecermos, termos estado em outros lugares, em outros momentos, onde corríamos juntos aos campos de girassóis da antiga Rússia dos Czares.
Imaginávamos antes mesmo de nos conhecermos ter caminhado na gélida retirada das tropas de Napoleão.
Tínhamos combatido a invasão dos Cristãos contra os Mouros, dançado sob o som de violinos nos acampamentos ciganos, divertido-nos em nossa tenda.
Viajamos juntos às profundezas, onde nos conhecemos ainda na formação da Terra, vindo de outra Galáxia nas curvas de tempo.
Caminhamos na tênue linha que separa a loucura da razão, enfrentamos juntos a incompreensão de estarmos em outro tempo... e estivemos juntos na fogueira da Inquisição.
Nessas viagens cavalgamos junto com Zeus em unicórnios alados, mas nunca estivemos nas festas de Baco.
Mas, nem em todas as viagens estava eu e Hanna, ela sempre foi mais propensa à viagens furtivas para conhecer outros tempos: esteve ao Templo do Rei Salomão, caminhou ao leito do Mar Vermelho, deu conselho à Moisés e sentiu o calor da ira de Deus.
Onde estava eu enquanto Hanna viajava pelo tempo?
Quando Hanna viajava sem mim, ficava preso numa gaiola dourada, como uma harpia encantada.
Essas viagens que, ainda, "arcah" em meus pensamentos, transmutando os sentimentos de continuarmos juntos às viagens no tempo. Estando juntos quase todo tempo, Transportamos as primeiras pedras à construção de Machu Picchu; vimos as virgens serem jogadas ao sacrifício.
Estávamos eu e Hanna às celebrações Incas; tomamos chocolate em taça de ouro; reverenciamos o deus Sol e cultivamos no Oriente.
Vimos Genghis Khan ser coroado imperador, participamos de seu glorioso Império e vimos sua decadência.
Viajando na relatividade do tempo, estávamos a ver as nebulosas na Via Láctea a se formarem; estivemos em Alpha Centauro e nunca nos perdemos no espaço.
Vimos juntos os anéis de Saturno se formar e planetas desaparecerem, engolidos pelos buracos negros.
Encontramos outros seres em estado evolutivo, mais adiantados que os Homens que controlam o tempo... Tempo que num só momento transporta todos os nossos sentimentos transmutando nosso corpo pelo universo. - Tempo que nunca mais me deixas trancado numa gaiola enquanto tu viajas só pelo tempo - onde eu e Hanna num só pensamento nos transportamos às viagens que somente o pensamento pode controlar o tempo, que na sua relatividade construímos nosso conhecimento da força desse momento, que cruzamos os nossos momentos nessa linha da viagem que faremos amanhã na construção do nosso tempo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

INDO AO MEU ENCONTRO


INDO AO MEU ENCONTRO
Claudete Silveira
05/02/10




Caminho sem rumo
Meus medos
estão confinados à morte
Meus segredos
Vão pro fundo do baú
Trancados a sete chaves
Sem relógio fujo do tempo
Olha em volta
vejo vultos apressados
Nem ao menos me percebem
Caminho lentamente
Penso na vida
Nas horas amargas
Que já deixei pra trás
Nos sonhos abortados
Que morreram pelo medo
De serem gerados
Caminho sem rumo
E aos poucos
Enterro as tristezas
Chuva caindo
Molha meu rosto
Lava minha alma
Faz-me renovar


Caminho...caminho...
Sem tempo cronometrado
Sem pressa
Sem hora pra voltar
Comigo segue a esperança
De que tudo
Para melhor irá mudar!!!

MOTIVAÇÃO

MOTIVAÇÃO
Basilina Pereira



Por que a poesia?
Porque ela me abre as frestas
que a rotina consolida;
porque me traz o máximo de prazer
com o mínimo de exigência;
é onde posso voar sem ter asas;
dançar com os pés fora do chão;
e abraçar a alegria de frente,
sem medo do anoitecer.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

DESTERRO

DESTERRO
Aparecido Donizetti Hernandez

Nuvem de desespero nesse desterro
Onde não molho meus pés
Nas águas do mar de minha terra.

Não vejo mais as serras...
Desterro que tirastes de mim
A beleza de ver meus amores
Ensejados na lavra do ouro
Que corre junto co'a areia
Na corrente das águas...

Desterro que não permite mais
Ver as casas de Vila Rica,
Minha Igreja
E a beira dos córregos repleta de gente
Em busca de riquezas...
Em esperança de deixar essa terra
Que hoje sem ver as serras, sei que jamais a deixaria!

Desterro que hoje somente savanas vejo
Com sua fauna que nada lembra minhas matas
E onde não há capivara e lobo-guará.

Morrerei sem revê-la,
Mas um dia meu corpo voltará a tocá-la,
Mesmo que seja sem vida
- Lá não serei esquecido, por lá ter nascido! -

Hoje meu corpo vaga pelas savanas,
Meus pensamentos vagam pelas serras da minha terra,
Donde os rios em seu leito
Carregam o ouro amarelo como o sol que queima essa terra.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

BUSCA DA FELICIDADE

BUSCA DA FELICIDADE
Aparecido Donizetti Hernandez
07/Setembro/2010 – 15h03




Buscamos a felicidade...
Qual felicidade?
A felicidade que está relacionada ao que os outros vêem,
Ou a felicidade de encontrarmos a paz interior?!
Onde o que importa é o que interiormente sentimos e os outros não vêem...

Qual o sentido da felicidade?...
São os amores, as dores, as algemas que criamos em nós mesmos
Atribuindo a outrem nossas decepções e angústias...
O que é a felicidade?!
É estarmos em paz
Ou os outros acharem que estamos em paz?...

A felicidade é a busca constante do aperfeiçoamento dos amores,
A realização da sua própria divindade
É conseguir não sucumbir às pequenas e grandes tentações...
Tentações de encontrar a felicidade na infelicidade de vossos irmãos.
Não podes esquecer que Deus fez de seu filho Homem,
Que tentações teve, e usando de seu livre arbítrio, conseguiu não sucumbí-las.

A felicidade está dentro de ti,
Onde vossa realização somente é possível dentro da realização maior,
É a realização de sua paz, da minha paz, de nossa paz,
Que se encontra dentro de ti, dentro de mim, dentro de nós...
Estamos em paz!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

NOSSA RETINA

NOSSA RETINA
Aparecido Donizetti Hernandez



Pelo que passamos juntos,
Não há o controle do tempo,
As nuvens que encobrem o sol
Não encobrem sua luz,
Não turvam o esplendor de seus raios
E o calor que irradia.

O tempo que temos juntos
Não é controlado pelos ponteiros do relógio,
Que delimita e tenta ser o controle do tempo.
O tempo que estamos juntos é o que nossas retinas
Guardam e guardarão por todos os tempos...

Juntos somos como os raios do Sol,
Sua esplendorosa luminosidade,
Não como as nuvens que tentam
Sem poder ofuscar esse brilho,
Brilho que o relógio do tempo
Transporta pela eternidade
E viverá por todos os tempos...

POESIA

Poesia

Fatima Mello[fofinha]




Poesia não se pensa

Surge como rajadas de vento

Sem que saibamos de onde

Nem para onde ela nos leva

Poesia surge do nada,

De um sentimento

Ou uma dor arraigada

Poesia não é pensada

Simplismente vem,

Surge na cabeça de quem

Tem a alegria de transcrever

Sentimentos, alegrias ou dor

Poesia não se pensa

Poesia se sente...

domingo, 15 de agosto de 2010

MORRO DO ITAQUI

MORRO DO ITAQUI
Aparecidfo Donizetti Hernandez


Do alto do Itaqui avisto a parada de trem
Com seus vagões transportando café,
Trilhos que margeiam o Rio Barueri Mirim,
Que recebe as águas do Sapiantã,
Juntos indo ao Rio Tietê,
De rumo inverso ao caminho dos trens que vão direto à procura do mar.

Do alto do Itaqui avisto as árvores da Mata Atlântica com sua biodiversidade,
E ouço o cantar dos pássaros...
Avisto a Casa Bandeirantista no alto da colina,
Circundada pela mata, ainda intacta,
Vejo do alto do Itaqui a transformação
Da antiga pedreira, que calçaram as ruas da Paulicéia
em um conjunto habitacional...
Vejo do Itaqui as casas surgirem como um passe de mágica,
Mudando a paisagem, derrubando a mata, poluindo os rios, calando os passáros...

Não vejo mais do alto do Itaqui os trens transportando café,
Agora transportam pessoas que vêm e vão à procura do pão,
E do vagão olham para o lado do Itaqui, mas ele não está mais ali,
Para onde levam o Morro do Itaqui?...Que não está mais aqui.

NÃO SEI PORQUE...

NÃO SEI PORQUE...
Socorro Lima Dantas



Não sei por que,
ao teu lado ainda estou,
se estás sempre a me entristecer.
Parece até que eu desejo
este amor assim viver...
ter você controlando o meu querer.

Não sei por que,
Demonstras estar realizado,
em fazer o meu coração padecer,
ver em meus olhos,
lágrimas de angústia a derramar.

Não sei por que,
Sentes prazer, em indecisão me ver,
arrastando-me para sobreviver,
e a resistência do meu coração,
em controlar as emoções.

Não sei por que,
insisto nesta dor permanecer,
acorrentada a um amor
que não me deixa viver,
manda em meu querer
e só me faz sofrer.

ESCUTA MEU AMOR


ESCUTA MEU AMOR
Socorro Lima Dantas


Não sei por que,
ao teu lado ainda estou,
se estás sempre a me entristecer.
Parece até que eu desejo
este amor assim viver...
ter você controlando o meu querer.

Não sei por que,
Demonstras estar realizado,
em fazer o meu coração padecer,
ver em meus olhos,
lágrimas de angústia a derramar.

Não sei por que,
Sentes prazer, em indecisão me ver,
arrastando-me para sobreviver,
e a resistência do meu coração,
em controlar as emoções.

Não sei por que,
insisto nesta dor permanecer,
acorrentada a um amor
que não me deixa viver,
manda em meu querer
e só me faz sofrer.

A PONTE DO AMOR ENCANTADO

A Ponte do Amor Encantado
Teka Nascimento



Aquela linda ponte que foi construída
alicerçada em doces emoções de amor
Estava linda e concluída
Sendo usada com muito carinho.
Mas fortes vendavais sopraram
com tanto vigor, que esta ponte
encantada balançou.
Neste balançar algumas marcas deixou.
Mas ela é forte pois bem construída foi.
Não se quebrou, é porque os amantes apaixonados
deixaram nela gravada a marca da história desse amor.
Hoje os amantes estão assustados
Com esse vendaval arrebatador
Cada um de um lado da ponte
chorando de tristeza e dor.
E a ponte encantada lá está,
esperando para ser consertada
Só depende desses amantes apaixonados
Para gravar um novo conto de amor.

L.Pta.14/08/2010






SE VOCÊ PUDESSE...

SE VOCÊ PUDESSE...
Claudete Silveira




Ah! Se você pudesse compreender...
...meus pensamentos ler
entender meus sentimentos
...em meus sonhos entrar
e neles se ver...
Ah! Se você pudesse...
Certamente saberia
A razão do meu viver...

OUTRA

°°◊◊◊°°◊◊◊°°◊◊◊°°◊◊◊°°
OUTRA
Clau Assi



Trago em mim,
de algum passado
uma luz no olhar.
Carrego no peito
sonhos de amor,
que o tempo preservou.
Continua em mim,
em tempos modernos,
a mulher sonhadora.
Outro corpo
...mesma alma.


°°◊◊◊°°◊◊◊°°◊◊◊°°◊◊◊°°

AUSÊNCIAS E MEDOS

AUSÊNCIAS E MEDOS
Claudete Silveira



Teu medo
te faz refém
da indecisão.
Não te deixa
dar vazão
aos sentimentos
Afasta-te de mim.

Ausência aproximada
Presença se faz assim.
O teu silêncio
me angustia,
não sei mais
viver o dia a dia.
Tua presença
faz parte
da ausência
existente em mim.

Silêncio e abandono
tristezas
angústias
que me tiram o sono.

AUSÊNCIAS E MEDOS

Teu medo
te faz refém
da indecisão.
Não te deixa
dar vazão
aos sentimentos
Afasta-te de mim.

Ausência aproximada
Presença se faz assim.
O teu silêncio
me angustia,
não sei mais
viver o dia a dia.
Tua presença
faz parte
da ausência
existente em mim.

Silêncio e abandono
tristezas
angústias
que me tiram o sono.


2009

IMPREVISÃO

IMPREVISÃO
Basilina Pereira



Na frente do espelho conspiramos:
a imagem do outro lado nada revela.
A dor, se menor que o dia, resvala
por entre as raízes do silêncio
e a alegria que desprende da luz
embarca no carrossel de incertezas.
O rosto, casulo de enigma,
preserva o direito de sonhar:
que as utopias todas
escapam à previsão do tempo.

PRESENÇA DA AUSÊNCIA

PRESENÇA DA AUSÊNCIA
Dueto
Claudete Silveira / JJ( João Braga Neto)



É possível estar ausente,
estando o corpo presente?
Depende infelizmente
dos sentimentos da gente!

Ausência da tua presença,
ou presença da tua ausência?
As duas levam a loucura,
À insanidade , demência!

Ausentava-me na tua presença,
e presenciava a tua ausência.
A primeira me doía;
na outra não tenho crença!

Ausência na presença
Presença na ausência
Distância da proximidade

Nesse paradoxo, vivo;
Estar só,
Pra estar contigo!


TEMPESTADE DE AMOR

TEMPESTADE DE AMOR
Aparecido Donizetti Herrnandez




Venta em minha vida a esperança,
A esperança de a vida ser melhor,
Um mundo onde os encontros não virem desencontros...
A Vida seja onde o ser humano
Acabe sendo um o complemento do outro,
Um mundo onde todos tenhamos
O pouco que seja o muito, pois é o suficiente.


Venta em minha vida a necessidade de acreditar,
Que o amanha seja hoje,
Que possamos ter todos
Uma tempestade de amor, carinho e solidaridade.
Esse mundo construiremos hoje, na esperança do sempre...


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

LIVRO




http://www.camarabrasileira.com/apol68-057.htm

terça-feira, 10 de agosto de 2010

SOBREVOO

SOBREVOO
Basilina Pereira




A tarde ainda é a mesma.
Eu,contudo, escolhi ser outra.
Quando o ponteiro do silêncio enterrar a luz,
eu partirei com o vento,
no sobrevoo de todos os dilemas.
Sem pegadas,
minha morada será o sorriso de cada manhã
e meu repouso: o entardecer.
Não mais a vigília nem os atalhos,
só o alento de cada estação.

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?


DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?
Aparecido Donizetti Hernandez



Como acreditar no Homem...
A história da Humanidade está repleta de revoluções e conflitos,
Conflitos de interesses e de poder do homem sobre o homem,
Conflitos onde os vencedores impõem seus interesses e suas idéias sobre os vencidos,
Onde os vencedores impõem até sua cultura e suas crenças.
Mas essa não é a essência da natureza humana,
O Homem não foi feito para cultivar a indiferença sobre os outros seres humanos,
Não é ter a arrogância e o controle sobre outros,
A essência do Homem é a solidariedade e o trabalho coletivo e o progresso mútuo.
O homem criou as diferenças entre eles e cultivando o personalismo,
Acredita que somente ele tem o direito sobre a Terra,
Mas a Terra foi construída para ser compartilhada
Por homens de diferentes pensamentos,
Pelo menor ser vivo, mesmo microscópico.
A Terra e os Homens foram criados um para ser complemento do outro,
A essência do Homem está nos ensinamentos de Cristo,
Que pregou e nos ensinou em suas parábolas o amor e a compreensão,
Entre todos os homens
E o repeito pelos outros seres viventes de nosso planeta.
Sua essência está aí dentro de ti,
Com um pequeno esforço podes deixar que ela aflore
E se imponha sobre a arrogância, a prepotência e o individualismo,
Transformando-se, vós também tranformará a vida,
E teremos um mundo mais bonito e solidário.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ETERNO

ETERNO
Marlene Constantino



De onde você vem, pra onde você vai?
Leva-me contigo nesse enlace,
faça-me percorrer as trilhas do coração,
seja em nuvens ou terra firme,
tocar o sol, ou colher um grão de areia.
Quebre com os teus sussurros,
meu sono profundo,
faça-me voar por caminhos desconhecidos.
”Tenho esse frio na alma, que só o amor acalma”.
Ondas que, vão e vem em tormentas
a espera, que me toque com mãos em brasas,
que me arranque, do solo com braços de plumas,
e me beije com lábios de mel,
me acolha num coração quente.
Que me leve aos céus, ao infinito
e traga a mim a certeza,
ver o amor de minha vida se aproximando
os muros desmoronando.
Que faça desse ser a mulher amada,
apaixonada.
Que afaste os espelhos e me olhe nos olhos,
e se funda em mim, eterno.

CONFORTO A QUEM NÃO TEM MAIS PAI

CONFORTO A QUEM NÃO TEM MAIS PAI
* Sá de Freitas




Nesse dia especial fiquei pensando,
No amado pai tão cuidadoso e amigo,
Que nas horas de dor ou de perigo,
Quando eu criança, ia me amparando.

Hoje fiquei, sem ele, tateando,
Nas sombras da saudade e qual mendigo
À resignação pedi abrigo,
E ela aqui me deixou soluçando.

Mas de repente essa tristeza sai,
Ao ver que fui feliz tendo o meu pai,
Junto de mim, até quando partiu.

Porque criança há tão indefesa,
Que não tem cama, casa, não tem mesa
E sabe que tem pai, mas nunca o viu.

POEMA PARA AMORES NÁUFRAGOS

Poema Para Amores Náufragos
Raimundo Lonato




Entre paredes,

ouço a alma

em busca de amores,

náufragos de rios

passados na alma.



Os olhos se demoram

colados no chão.

Derramam lágrimas no vazio.

Longas horas passo

entre canções e poemas.



Saio de mim mesmo

e encontro a outra face

perdida em nuvens e mares.



sábado, 7 de agosto de 2010

MEU VELHO


MEU VELHO
Aparecido Donizetti Hernandez




Nascestes em Jahú,
Filho de migrantes espanhóis,
Muitos irmãos e irmãs,
Todos lavradores da terra.

Por que?
Por que deixastes os lindos cafezais no Oeste Paulista?
Abandonando sua enxada,
Seu rastelo,
Sua peneira sob a saia do pé de café...
Rumo a Capital?

Para transformar-se em operário?
Para se encontrar?
Por que deixastes os lindos cafezais paulista?
Deixastes a roça...
Mas não deixastes para trás
A linda e meiga Rosalina,
Arrastastes contigo,
Para uma nova vida
Ou para uma ilusão.

Viestes, mas trouxestes junto
Os conceitos pré-estabelecidos
De patriarca,
Quantas fábricas trabalhastes,
Quantas fábricas!

E a meiga e doce Rosalina,
Quantas trouxas, quantos fardos de roupas
Trouxe sobre a cabeça!
Quantas noites e madrugadas
Sentada à beira da máquina de costura,
Quantos dias...

Transformaram-se de lavradores em operários
Valeu à pena?
Valeu à pena!
Construístes uma família,
Vivendo foi rompendo
Os preconceitos e criando outros conceitos.
Deixou as fábricas antes que querias,
Como trabalhou, como trabalhou!
Viveu como pode,
Fostes como querias...


À beira da lagoa, com sua vara de pescar às mãos...
Agora pesca almas, almas para o Senhor!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

FRENTE A FRENTE

Frente a Frente.
Delasnieve Daspet



Eis-nos. Frente a frente.
O mundo é redondo.
Um dia poderia acontecer.

Te fitei de longe.
Ao teu lado, em teus braços,
outros braços, não os meus;
Outro corpo, não eu!

Até este momento não tinha me dado conta
de como é desconcertante olhar alguém
que que já havia sido paixão.

Estavas bem à minha frente
- alheio a minha pessoa -
sem perceber minha emoção.

E eu te adivinhava.
Teus pensamentos. Teus gostos.
Teu cheiro. Teu hálito.
Tiques.... sabia tudo de ti!

Eis-nos!
Tu, eu e ela.
A uma curta distância,
tão longe e tão perto.
Tudo em ti ocupado:
o coração e o lugar ao lado!

Sempre pressenti que nada havia
mas pensei que poderia mudar
o curso da história.

Continuei fitando sem ver...
Buscava respostas que não existiam:
Porque não tinha dado certo?
Porque - nuvens negras?
Porque - o impedimento?
Porque - a indiferença?

Te encontrar fez-me recordar
das saudades e do querer - outra vez....
Vi que os fantasmas ainda estão insepultos!
...Talvez não tenha havido um grande amor....
DD_ 28-07-03 - Campo Grande MS

CELEBRO A VIDA E AGRADEÇO A DEUS


CELEBRO A VIDA
E
AGRADEÇO A DEUS
Tânia Sueli Oliveira



A vida é a coisa mais linda,
que nos proporciona emoções diversas,
alegres ou tristes,
docinhas ou azedas,
cor-de-rosas ou cinzas!

Não importa e nem incomoda
nada que tente atrapalhar
nossos caminhos...
se tivermos Jesus no coração
e acreditarmos no melhor sempre !

Quem tem fé, não teme !
Quem age com o coração, amor,
vencerá sempre !!!

Não percamos as esperanças
e jamais deixemos de sonhar !
São tantos os conflitos, espinhos...
que surgem cada dia,
apenas nos dando forças
pra seguirmos com coragem
e convicção de que venceremos !!!

Vitórias somente com Deus e Jesus!
***
Marília-SP/Brasil

http://oamornaopodeacabar.blog.terra.com.br/

ENTRELINHAS

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


ENTRELINHAS
Lígia Antunes Leivas




Na insensatez dos conceitos
emergem desejos...
Quebra-se o elo:
desequilibra-se o universo.

A expectativa antessonha auroras
neste querer maior
de peles de veludo unidas
no desenho de nós mesmos.

Na hora cálida da tarde
atiçam-se todas as luzes...
Um pouco de mim, de ti, de nós
e a explosão de todos os sentidos.

Cada espaço traz a medida certa
... um oceano cresce entre nossas vidas
e nesta separação entre desenganos
descubro-me atônita!

Olhos ao longe (tão longínqua distância!...)
Sou voz perdida, sou desterro
sou muito menos agora
que as entrelinhas desde poema...


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

BEIJO-TE

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


BEIJO-TE
Efigênia Coutinho



Ó tu que meus beijos queres, indaga
ao beija-flor, não poupa este desejo
pergunta se ele beija só flores rosa,
ele dirá que beija a mulher mais formosa!

O poeta que me beija, não por razão pouca
beija o néctar da rosa por ser sua sina,
Pois dar-te-ei o amor de que desejas
duma rosa, alma gêmea, rainha e sina!

Entoemos este vigor do Amar
sentindo gula e gana de sonhar
sem temor, saboreando a idéia...

Poeta sabe e sente o Amor
em sua mente e dentro do coração
jogo ardente espargido outra cor!


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

AZUL NA POESIA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.


Aparecido Donizetti Hernandez


AZUL NA POESIA
Úrsula Avner




Em versos mudos
destravei algemas
Silêncio preso
virou colibri
Cauda longa de espátulas azuis
trêmula ao vento da imaginação



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

A DANÇA DAS FLORES

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.


Aparecido Donizetti Hernandez



A DANÇA DAS FLORES
Gilberto Brandão Marcon


Flor do jardim,
flor que deveria
ser da primavera,
mas que preferiu
enganar as estações.
Leve flor carregada
pelo vento.
E nele desliza
como que em
delicada dança,
Flor que teve por par a brisa.
Brisa que acalmou o vento,
do som que se escondia no silêncio,
dos segredos que, embora ditos,
somente foram ouvidos
pelos que tinham ouvidos de ouvir,
pois que escutavam
com a alma,
pois que conheciam
os caminhos do coração.
Flor que é
delicadeza no botão,
e esplendor
no seu momento mágico.
Flor que decora
o circo da vida,
onde os pecados
convivem com as virtudes,
onde o perdão os liberta,
e os transforma
em sementes renovadas



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


------------

Lilian Regina de Andrade

TRIBUTO A UM POETA




TRIBUTO A UM POETA
Aparecido Donizetti Hernandez



04/agosto/2010 - 17h03













Sob a sombra da velha paineira
Repousa o antigo arado,
Arado que rasgou as terras de massapé,
Onde vi plantar as sementes das esperanças
De ver nossos campos verdes brotando...

Velha paineira que nos abrigava sob seus galhos,
Onde João de Barro construía seu ninho de amor,
Lá nos encontravámos todas as tardes de outono,
Onde víamos o entardecer, pensando que nunca haveria dor...

Velha paineira que hoje como nós
Entristece ao contemplar as queimadas
Que ofuscam o pôr-do-sol
Do nosso lindo interior,
Levando embora seu esplendor.
Velha paineira que o poeta
José Fortuna eternizou com suas palavras de amor
.


ORVALHO

ORVALHO
Aparecido Donizetti Hernandez
04/Agosto/2010 - 15h49


Nessa noite fria que te espero
Vem a esperança de te ver como antes,
Como antes de perderes a ingenuidade...
Nessa noite fria cai o orvalho
Esbranquiçando os campos,
Campos que quando raiar o Sol
Refletirá a luz em suas gotículas,
E verei em cada uma seu rosto a refletir a saudade,
A saudade dos tempos que corríamos
À procura de uma vida sem dissabores...
Onde reencontrarei aquela antiga ingenuidade que tínhamos,
Como se os campos eram o nosso mundo,
Mundo que deixamos o Sol queimar, como queima as folhas
Molhadas do orvalho que o sereno deixou...

SOLIDÃO DE POETA

Solidão de Poeta

Schyrlei Pinheiro


Vagarosamente anoitece.
A cortina da madrugada desce,
o céu apaga as estrelas,
a lua silenciosa sai de cena.
Atrás da porta fechada
mora a solidão, calada,
que vive armada
com uma caneta na mão.
O poeta, ainda acordado,
com os olhos marejados,
deixa a solidão falar,
e, ao escorrer pela face uma tristeza,
a sós, com seus pensamentos,
faz versos nas sombras,
que desabrocham
como flores orvalhadas
ao som do passado,
que aprendeu a cantar,
conquistando a liberdade
de partir, e voltar colorido,
eternamente sonhando...
com seu ninho de amor
Reg 131320081

ABISMAL


A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez




ABISMAL
Helena Kolody



Meus olhos estão olhando
De muito longe, de muito longe,
Das infinitas distâncias
Dos abismos interiores.
Meus olhos estão a olhar do extremo longínquo`
Para você que está diante de mim.
Se eu estendesse a mão, tocaria a sua face.



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

OUTONOS E SAUDADES

Outonos e saudades




Canto o amor entre folhas
escombros e estrelas.

Os olhos molhados
recordam momentos
sagrados e íntimos.

Entre ausências,
recorto segredos.

Versos medrosos
despertam as horas
na falta de ti.

Raimundo Lonato

PEDIDO

PEDIDO
Clau Assi





Gênio, que surge,
Leva pra longe
O branco que invade
O peito do poeta.

Gênio aclamado,
Guia suas mãos
Risque, rabisque
O verso sonhado.

Gênio fiel,
Inspira o canto
Do pobre poeta
Sem rima, nem verso.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

O AMOR

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


O AMOR
Lucas Lira


Quem é ele?
Onde ele está?
Ele não tem forma,
Nem tem padrão...
Onde ele está escondido então?

Deixe-me vê-lo por um segundo,
Para eu poder ser
Maior que o mundo;
Se eu for,
Se eu tiver todo o universo,
Mas não tiver você,
Quem eu serei?
Ninguém.
Onde eu estarei?
Estarei aqui
E em nenhum lugar também.

Quanto mais me atrevo a chegar perto dele,
Menos o entendo.
E aí me pergunto
Me pergunto por que ainda tento?
Me pergunto por que não me contento?
Me pergunto por que quero viver?

E o porquê vos lhes digo:
Eu simplesmente quero viver,
Porque eu adoro morrer.




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez

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Lilian Regina de Andrade

SUAVE AMOR

SUAVE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez




Levemente instalastes nos rumos da vida,
Instantaneamente como a
Lua que surge quando o Sol se põe.
Impulsivamente como acontece o
Amor, em um segundo como o vento leva às
Nuvens.


Ruidosamente como o vendaval, você me
Enloquece, tirando de mim os
Gemidos da minha
Intranquila dor, levando-me a
Navegar nas
Águas tranquilas do amor...


Amor de tranquilo ardor,onde
Navego
Diuturnamente meus sonhos
Rudes de angústias de nosso
Amor.
Dilacerando o meu coração, mantendo a
Esperança de viver sem dor.

BALÉ DA MORTE

BALÉ DA MORTE
Aparecido Donizetti Hernandez




Ensandecido pelo sofrimento
Lá vem o Touro...

Cifres ponteagudos, porte esbelto.
Lá vem o toureiro com suas vestes agarradas ao corpor,
Postura erecta e com movimentos suaves
Sacode sua capa vermelha ao vento...
Com a capa e seus movimentos de corpo, o toureiro dança seu balé...
O balé da morte e do sofrimento!

HARMONIA


Harmonia

Delasnieve Daspet



Entre as nuvens espalhadas pelo tempo
Pequenas estrelas salpicam o firmamento...
Chega a noite.

Descerro o véu da memória,
Já não recordo as mágoas,
Contemplo a harmonia do dia
Cheio de sol.

Ao longe – o firmamento se junta ao cerrado,
O céu nas cores infinitas do crepúsculo,
Se une a verdura de nossas matas.

Ipês floridos,
Mesclam de suave tonalidade,
A paisagem recortada no horizonte,
Pelos traços da natureza.
Aqui, encontro a plenitude!

Nos campos cultivados,
Nos chapéus de palha,
Nos odores,
No peão de pele crestada,
Do gado pastando,
O bambu choroso a cada carícia do vento...
Aqui, é o reino da paz!

Os pássaros melodiosos, em sinfonia,
Calam em meu ser.

Circula em minhas veias,
Irmanados aos ventos, às águas, ao sol, aos animais,
Um cântico de graças ao Criador!
DD_Campo Grande-MS 9.02.10

JEITO DE MATO

JEITO DE MATO
Composição: Paula Fernandes




De onde é que vem esses olhos tão tristes?
Vem da campina onde o sol se deita.
Do regalo de terra que teu dorso ajeita.
E dorme serena, no sereno e sonha.

De onde é que salta essa voz tão risonha?
Da chuva que teima, mas o céu rejeita.
Do mato, do medo, da perda tristonha.
Mas, que o sol resgata, arde e deleita.

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda.
É teu destino, a tua senda onde nascem tuas canções.
As tempestades do tempo que marcam tua história,
Fogo que queima na memória e acende os corações.

Sim, dos teus pés na terra nascem flores.
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha cores vivas pelo ar.
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras.
Sete lagoas, mel e brincadeiras.
Espumas, ondas, águas do teu mar...