sábado, 30 de janeiro de 2010

Nós


NÓS


Quando as folhas cairem nos caminhos,
Ao sentimentalismo do sol-poente
Nós dois iremos vagarosamente,
De braços dados, com dois velhinhos

E que dirá de nós toda esta gente
Quando passarmos mudos e juntinhos?
- "Como se amaram esses coitadinhos!
Com ela vai, como ele vai contente!"

E por onde eu passar e tu passares,
Hão de seguir-nos todos os olhares
E debruçar-se flores nos barracos...

E por nós, na tristeza do sol-posto,
Hão de falar as rugas do meu rosto
E hão de falar os teus cabelos brancos!


MEG MULHER POEMA E EMOÇAO
30.01.10 SAO LOURENÇO MG

domingo, 24 de janeiro de 2010

Um Canto de Janeiro

Um canto para Janeiro


Manhãs abrem os olhos
nesse janeiro quase findo.
Assassino o tédio vendo TV.
Nos intervalos, acendo cigarros,
sorvo taças de vinho.

O sangue dos vampiros
escorre nas páginas dos livros
e nos figurinos do cinema noir.

Acordo num sonho
e nada sei de vida eterna.
Alegre e quase triste
minha alma segue
os fogos das festas.

Longe, soam os versos
inspirados no réveillon.

Janeiro vai,
carnavais chegam.
Novos livros leio
enquanto fantasmas
caminham na salas
entre sussurros e preces.

Raimundo Lonato

Sou Mulher Basta

SOU MULHER BASTA:
MEGMULHER

Solidão não é a falta de gente para conversar,
namorar, passear ou fazer sexo...Isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos
pela ausência de entes queridos que não podem
mais voltar... Isto é saudade.

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se
impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos...
isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino
nos impõe compulsoriamente para que revejamos
a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado.....
Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto. Solidão é quando
nos perdemos de nós mesmos e procuramos em
vão pela nossa alma...

amor em liberdade

AMOR EM LIBERDADE
Aparecido Donizetti Hernandez


Escrever sobre o amor e o desamor
Não é tarefa fácil, para quem somente prega o amor.
Não existe desamor, existe desilusão.

O amor é inexplicável... quando o amor,
Pode ser entendido de várias formas,
- O amor entre duas pessoas de forma imaterial.

Distinguir entre o amor material e o imaterial...
O amor pregado sublime e inconteste pela vida,
O amor pregado pela Humanidade,
O amor pela liberdade...

Oh! Amor que tenho por ti que choras,
Na distância que nos separa, maior que
A distância entre a vista das Janelas de Marília e Dirceu,
E somente te encontro em meus sonhos,
Não há para nós nem mesmo a fonte dos suspiros.
Suspiro somente em meus sonhos sem fonte e sem você,
Suspiro de angústia de não poder te ver.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Meg Mulher Poema

MEG MULHER POEMA:


EU SOU O TEMPO SIGA AO MEU LADO.
EU SOU O TEU TEMPO VEM VAMOS JUNTOS.
EU SOU O TEMPO QUE VOCE DEIXOU DE LADO.
E NAO VIVEU. , EU SOU O TEMPO VEM
CAMINHEMOS LADO A LADO.

EU SOU TEU MOMENTO NAO ME DEIXE SO!
AGORA EU DOU-TE UMA NOVA vida!
EU SOU O TEU TEMPO NAO ME DEIXE SO!
EU SOU AQUELE, QUE NUNCA TE ESQUECEU!
EU SOU TEU MOMENTO ÚNICO!
EU SOU O TEMPO QUE TU ME DEIXASTE DE LADO!
EU SOU O TEMPO QUE VOCE NAO OUSOU SONHAR!

EU SOU AQUELE AMIGO COM TODO O TEMPO
TU NAO ME QUIS IR COMIGO CAMINHAR!
EU SOU O TEMPO VENHO TE BUSCAR PARA IRMOS
AO ENCONTRO DO TEU TEMPO QUE VOCE DESPERDISSOU!

MEGMARGARIDA
MULHER POEMA E EMOÇAO
12.10.09 19.10h
SÃO LOURENÇO MG

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

OLGA DIAS





Dias de Olga

Mãos colhem palavras.
Bordam poemas
dentro das horas.

Colhem flores,
guardam vestidos,
embalados com fios
de neve e luz.

Calma,
a tarde namora nuvens,
gaivotas
e mares.

Raimundo Lonato


edição:
Dama do Lago

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Azul da Poesia






AZUL NA POESIA
Úrsula Avner


Em versos mudos
destravei algemas
Silêncio preso
virou colibri
Cauda longa de espátulas azuis
trêmula ao vento da imaginação

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

DOM DE CURAR

ViaLactea: Jorge Cardenas




DOM DE CURAR



Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente. (São Mateus, cap.X, v.8).


“Daí gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente”, disse Jesus aos seus discípulos, por esse preceito prescreve não se fazer pagar por aquilo que nada pagou; ora, o que eles tinham recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, quer dizer, os maus Espíritos; esse dom lhes havia sido dado gratuitamente por Deus para o alivio daqueles que sofriam, e para ajudar a preparação da fé, e lhes disse para dele não fazerem um trafego, nem um objeto de especulação, nem um meio de vida

Capítulo XXVI - página 298
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

domingo, 10 de janeiro de 2010

CORAGEM DA FÉ

ViaLactea: Jorge Cardenas

CORAGEM DA FÉ

Todo aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei também, eu mesmo, diante de meu Pai que está nos céus; e todo aquele que me renegar diante dos homens, eu o renegarei também, eu mesmo, diante do meu Pai que está nos céus. (São Mateus, cap. X, v. 32,33)

Se alguém se envergonha de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará também dele, quando vier sua glória e na de seu Pai e dos santos anjos. (São Lucas, cap. IX, v. 26)

A coragem de opinião sempre foi considerada entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições, e mesmo os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele não teme confessar claramente idéias que não são as de todo mundo.
Aqui, como em tudo, o mérito está em razão das circunstâncias e da importância da opinião e em renegá-la, mas há casos de uma covardia tão grande quanto e de fugir no momento do combate.
Jesus assinala essa covardia, do ponto de vista especial de sua doutrina, dizendo que se alguém se envergonha das suas palavras, ele se envergonhará também dele; que renegará aquele que o tiver renegado; que aquele que o confessar diante dos homens, o reconhecerá diante do seu Pai que está nos céus; em outros termos: aqueles que tiver medo de se confessarem discípulos da verdade, não são dignos de serem admitidos no reino da verdade. Perderão o benefício de sua fé, porque é uma fé egoísta, que guardam para si mesmos, mas que escondem com medo que lhes cause prejuízo neste mundo, enquanto que, colocando a verdade acima de seus interesses materiais, aqueles que a proclamam abertamente, trabalham ao mesmo tempo para o seu futuro e do outros.
Assim o será com os adeptos do Espiritismo, uma vez que a doutrina, não sendo outra senão o desenvolvimento e a aplicação do Evangelho, é a eles também que se dirigem as palavras do Cristo. Semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual: lá, colherão os frutos de sua coragem ou de sua fraqueza.


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Paginas 289, 290 – Capítulo XXIV

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Os Sãos não Têm Necessidade de Médico

ViaLactea: Jorge Cardenas

OS SÃOS NÃO TÊM NECESSIDADE DE MÉDICO


Jesus, estando à mesa na casa desse homem (Mateus) aí vieram publicanos e pessoas de má vida que se assentaram à mesa com Jesus e seus discípulos; porque vosso Mestre come com os publicanos e pessoas de má vida? Mas Jesus, os tendo ouvido, disse-lhes: Os são não têm necessidade de médico, mas os doentes. (São Mateus, cap.IX, v. 10, 11,12).


Jesus disse se dirigia sobretudo aos pobres e aos deserdados. Porque são os que têm necessidade de consolações; aos cegos dóceis e de boa fé, porque pedem para ver e não os orgulhosos que crêem possuir toda luz e não ter necessidade de nada.

Estas palavras, como tantas outras, encontram sua aplicação no Espiritismo. Admira-se por vezes que a mediunidade seja concedida a pessoas indignas e capazes de fazer mau uso dela; parece, diz-se, que uma faculdade tão preciosa deveria ser atributo exclusivo dos mais merecedores.

Digamos primeiro que a mediunidade se prende a uma disposição orgânica da qual todo homem pode estar dotado, como a de ver, de ouvir, de falar. Não há uma da qual o homem, em virtude de seu livre arbítrio, não possa abusar, e se Deus não houvesse concedido a palavra, por exemplo, senão aos que são incapazes de dizer coisas más, haveria mais mudos que falante Deus deu ao homem a faculdade e o deixa livre para usá-la, mas pune aquele que dela abusa.

Se o poder de se comunicar com os Espíritos não fosse dado senão aos mais dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? Onde estaria, aliás, o limite da dignidade e da indignidade? A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os Espíritos possam levar a luz em todas as fileiras, em todas as classes da sociedade, ao pobre com ao rico; aos sábios para fortalecê-los no bem, aos viciosos para corrigi-los. Estes últimos não são os doentes que têm necessidade de médico? Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que o pode tirar do lamaçal?
Os bons Espíritos vêm, pois, ajudá-lo, e seus conselhos, que Le recebe diretamente, são de natureza de impressioná-lo mais vivamente do que se recebesse por outros caminhos.
Deus, em bondade, para poupar o trabalho de ir procurar a luz ao longe, lha coloca na mão; não é bem mais culpado em não a considerar? Se não aproveita é então que é punido com a perda ou desmoralização de sua faculdade, da qual os maus Espíritos se apoderam para sediá-lo e enganá-lo, sem prejuízo das aflições reais com que Deus atinge seus servidores indignos, e os corações endurecidos pelo orgulho e pelo egoísmo.
A mediunidade não implica, necessariamente, em intercâmbio habitual com os Espíritos superiores; é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos flexível aos Espíritos em geral. O bom médium não é, pois, aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos, e não é assistido senão por eles. È nesse sentido somente que a excelência das qualidades morais tem tanto poder sobre mediunidade

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPÍRISTIMO

Capítulo XXIV - página 287, 288


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

SÃO LUIZ

ViaLactea: Jorge Cardenas
SÃO LUIZ



Aqueles que aceitam seus sofrimentos com resignação, por submissão à vontade de Deus e com vistas à sua felicidade futura, não trabalham senão para si mesmos, e podem tornar seus sofrimentos proveitosos aos outros?

Esses sofrimentos podem ser proveitosos a outrem, material e moralmente. Materialmente, se, pelo trabalho, as privações e os sacrifícios que se impõem contribuem para o bem-estar material do próximo; moralmente, pelo exemplo que dão de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode estimular os infelizes à resignação, salvá-los do desespero e de suas funestas conseqüências para o futuro.
(São Luiz, Paris, 1860)

O evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo V pagina 95

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

ViaLactea: Jorge Cardenas

HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI


Diferentes estados da alma erraticidade – Diferentes categorias de mundos habitados – Destinação da Terra.
Causa das misérias terrestres – Instruções dos Espíritos: mundos superiores e mundos inferiores – Mundos de expiação e de provas – Mundos regeneradores – Progressão dos mundos.


1. Que vosso coração não se turbe. Crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa do meu Pai; se assim fosse, eu já vos teria dito, porque eu me vou para vos preparar o lugar e depois eu tenha dito e que vos, tenha preparado o lugar, eu voltarei e vos retornarei para mim, a fim de que lá onde eu estiver aí estejais também. (São João, cap.XIV, v.1, 2,3).


DIFERENTES ESTADOS DA ALMA NA ERRATICIDADE

2. A casa do Pai é o universo; as diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, e oferecem, aos Espíritos encarnados, moradas apropriadas ao seu adiantamento.

Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também se entendidas com o estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade. Segundo ele seja mais, ou menos, depurado e desligado dos laços materiais, o meio em que se encontra o aspecto das coisas, as sensações que experimenta, as percepções que possui, variam ao infinito; enquanto que uns não podem se distanciar da esfera em que viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto certos Espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de uma claridade resplandecente e do sublime espetáculo do infinito; enquanto, enfim, que o mau, atormentando de remorsos e de lamentações; frequentemente só, sem consolação, separado dos objetos da sua afeição, geme sob constrangimento dos sofrimentos morais, o justo, reunido àqueles que ama, goza as doçuras de uma indivisível felicidade. Lá também há, pois, várias moradas, embora não sejam nem circunscritas nem localizadas.

O ENVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Capitulo III
Paginas 48; 49

LUA AMANTE



LUA AMANTE
Lairton Trovão de Andrade


Banhe com raios de luz,
Lua cheia, Lua amante,
Meu Amor que está distante,
Pois o amor em mim reluz.

Eis que vivo em soledade,
Sem a voz dela escutar,
Sem o mais doce folgar,
– Comigo vive a saudade.

Dê-lhe coração contente
Com aquele amor romântico
E que tudo seja cântico
De um pulsar feliz e ardente.

Mesmo que o mundo se acabe,
Sem deixar sinal de vida,
Há de ser minha querida
Na eternidade – ela sabe.

Lua cheia, Lua amante,
Oh, Lua dos namorados,
Escute, pois, meus cuidados:
"Para ela, amor brilhante"!

Janeiro de 2009.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ESPÍRITO DA VERDADE

ViaLactea: Jorge Cardenas

ESPÍRITO DA VERDADE

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, como um imenso exército que se movimenta desde que dele recebeu o comando, espalha-se sobre toda a superfície da Terra; semelhante às estrelas cadentes, vêm iluminar o Caminho e abrir os olhos aos cegos.

Eu vos digo, em verdade, são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas em seu sentido verdadeiro para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.

As grandes vozes do céu ressoam como o som da trombeta, e os coros dos anjos se reúnem. Homens, nós vos convidamos ao concerto divino; que vossas mãos, tomem a lira; que vossas vozes se unam, e que num hino sagrado se estendam e vibrem de uma extremidade à outra do universo.

Homens, irmãos e quem amamos, estamos junto de vós; amai-vos também uns aos outros, e dizei do fundo do vosso coração, fazendo as vontades do Pai que está no céu: “Senhor! Senhor!” e podereis entrar no reino dos céus.

O Espírito da Verdade

O Evangelho Segundo O Espiritismo
Prefácio

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

MENINO AZUL

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez




MENINO AZUL
Ana Branca

Montado no cavalo dos sonhos
pulava feito arlequim da vida,
imitando floridamente
as realidades do mundo apresentado!
O gênio despontava primitivo
como sangue em suas veias...
borboleteava em fascínio,
qual bailarino de clássicas escolas!

A música perdurava em si
do gesto mais encoberto,
ao deambular escancarado!
Enrolava-se num serpenteado,
para se deslocar em asas cristalinas,
como doce manhã escondida na noite,
rompe nos dedos amarelos do Sol...

Tinha a longevidade bela da reverência,
no agradecimento ao povo participante.
Partia feito um sopro dobrado,
ao vento esvoaçante do etéreo,
numa sinfonia de eterna comunhão!
Pulava qual esterilizada gazela
ou arremessava em arrobo de leão,
tocando a perenidade do gesto...

Rematava num lançamento ardiloso,
os braços esticados ao alto
na epopéia do triunfo alcançado...
Era o menino de rosto e alma azul,
porque morava no céu da fantasia,
vestido de aladas asas,
no voo frágil de criança angelical!





Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado em 04 de janeiro de 2010
Grupomahavidya




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INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

ViaLactea: Jorge Cardenas


INTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

MANEIRA DE ORAR


O primeiro dever de toda criatura humana, o primeiro ato que deve assimilar-lhe o retorno à vida ativa de cada dia, é a prece. Quase todos vós orais, mas quão poucos sabem orar! Que importa ao Senhor as frases que ligais maquinalmente, uma a outras, porque disso tendes hábito; é um dever que vos impondes e, como todo dever, vos pesa.

A prece do cristão, do Espírita, de qualquer culto que seja, deve ser feita desde que o Espírito retornou o jugo da carne. Deve se elevar aos pés da majestade divina com humildade, com profundidade, num arrebatamento de gratidão por todos os benefícios concedidos até esse dia: pela noite que escoou e durante a qual vos foi permitido, embora, inconscientemente, retornar junto de vossos amigos, de vossos guias, para haurir, ao seu contato, mais força e perseverança. Ela deve se elevar humilde junto ao Senhor, para recomendar vossa fraqueza, pedir seu apoio, sua indulgência, sua misericórdia. Deve ser profunda, porque é vossa alma quem deve se elevar até o Criador, que deve se transfigurar-te como Jesus no Tabor, e tornar-se alva e irradiante de esperança e de amor.

Vossa prece deve encerrar o pedido das graças de que tendes necessidade, mas uma necessidade real. Inútil, pois pedir ao Senhor abreviar vossas provas, vos dar as alegrias e a riqueza; pedir-lhe para vos conceder os bens mais preciosos da paciência; da resignação e da fé. Não digais como ocorre a muitos entre vós: “Não vale a pena orar, uma vez que Deus não me atende”. Que pedis a Deus na maioria das vezes? Frenquentemente pensastes em lhe pedir vosso melhoramento moral? Oh! Não, muito pouco; mas imaginais antes lhe pedir o sucesso nos vossos empreendimentos terrestres, e exclamastes: “Deus não se ocupa conosco; se disso se ocupasse, não haveria tantas injustiças”. Insensatos! Ingratos! Se descêsseis ao fundo da vossa consciência, encontraríeis, quase sempre, em vós mesmos o ponto de partida dos males dos quais vos lamentais. Pedi, pois, antes de todas as coisas, o vosso progresso, e vereis que torrente de graças e de consolações se derramará sobre vós.

Deveis orar sem cessar, sem para isso vos recolherdes em vosso aposento, ou ajoelhar nas praças públicas. A prece diária é um cumprimento dos vossos deveres, dos vossos deveres sem exceção, de qualquer natureza que eles sejam. Não é um ato de amor ao vosso Senhor, assistir vossos irmãos numa necessidade qualquer, moral ou física? Não é fazer um ato de reconhecimento, elevar vosso pensamento fungidio, e lhe dizer: Perdoai-me, meu Deus, porque eu pequei (por orgulho, por egoísmo, ou por falta de caridade); daí-me força de não mais falhar e a coragem de reparar?

Isso é independentemente das preces regulares da manhã e da tarde, e dos dias consagrados; mas, com vedes, a prece pode ser de todos os instantes, sem ocasionar nenhuma interrupção aos vossos trabalhos; ao contrário, elas os santificam. E crede bem que um só desses pensamentos, partindo do coração, é mais ouvido por vosso Pai celestial que as longas preces ditas pelo hábito, frequentemente, sem causa determinada, e às quais a hora convencionada vos lembra maquinalmente.
(V.Monod. Bordéus, 1862)

O EVANGELIO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Capítulo XXVII – página 313; 314

domingo, 3 de janeiro de 2010

O JARDIM



A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez

O JARDIM
Alba Albarello



O jardim é como a Literatura
que nos leva a mexer a todo o instante.
É uma horta...
com idéias,
cuidamos, regamos.
Colheita das primeiras flores
como as primeiras letras.
É um riacho de imaginações,
se não forem regadas com águas puras,
para cultivarmos as virtudes da natureza,
elas fenecem...
E as flores desses jardins,
possuem muitas vozes,
nem sempre ouvidas,
são imaginadas,
e com criatividade para sobreviver.
Elas são flores e também sofrem.
Assim como esse grande jardim,
também a Literatura,
pode florescer.
Os jardins são como os corações,
necessitam de cuidados.
E são belos, com direito
ao carinho, sabedoria
experiências dos semeadores
da natureza.






Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado em 03 de janeiro de 2010
Grupomahavidya




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A FÉ E A CARIDADE

ViaLactea: Jorge Cardenas


A FÉ E A CARIDADE




Eu vos disse ultimamente, meus caros filhos, que a caridade sem a fé não bastava para manter, entre os homens, uma ordem social capaz de torná-los felizes. Devia ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Podereis encontrar, em verdade, impulsos generosos mesmo nas pessoas sem religião, mas essa caridade austera que não se pratica senão pela abnegação, pelo sacrifício constante de todo interesse egoísta, não há senão a fé para inspirá-la, porque nada além dela nos faz levar com coragem e perseverança a cruz desta vida.

Sim, meu filho é em vão que o homem, ávido de prazeres, se queira iludir sobre sua destinação nesse mundo, sustentando que lhe é permitido não se ocupar senão da sua felicidade. Certamente, Deus nos criou para sermos felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre deve servir unicamente ao nosso aperfeiçoamento moral, que se adquire mais facilmente com a ajuda dos órgãos e do mundo material. Sem contar as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade de vossos gostos, de vossas tendências, de vossas necessidades, é também um meio de vos aperfeiçoar em vos exercitando na caridade. Porque não é se não à força de concessões e de sacrifícios mútuos que podeis manter a harmonia entre elementos tão diversos.

Entretanto, tendes razão afirmando que a felicidade está destinada ao homem nesse mundo, se a procurais não nos prazeres materiais, mas no bem. A história da cristandade fala de mártires que o foram ao suplício com alegria; hoje, e em vossa sociedade, não é preciso, nem o sacrifício da vida, mas única e simplesmente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis se a caridade vos inspirar e se a fé vos sustentar.
(Espírito Protetor, Crácovia, 1861)

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Capítulo XI – página 151; 152

sábado, 2 de janeiro de 2010

PARA PEDIR UM CONSELHO

ViaLactea: Jorge Cardenas



PARA PEDIR UM CONSELHO
Quando estamos indecisos em fazer, ou não fazer, uma coisa, devemos, antes de tudo, nos colocar as seguintes questões:
1º - A coisa que hesito em fazer pode causar um prejuízo qualquer a outrem?

2º - Ela pode ser útil a alguém?

3ª- Se alguém a fizesse a mim, eu ficaria satisfeito?

Se a coisa não interessa senão a si, é permitido balancear a soma das vantagens e dos inconvenientes pessoais que podem dela resultar.

Se ela interessa a outrem, e fazendo o bem a uma possa fazer o mal a outro, é preciso, igualmente, pesar a soma do bem e do mal, para se abster ou agir,

Enfim, mesmo para as melhores coisas, é preciso ainda considerar a oportunidade e as circunstâncias acessórias, porque uma coisa boa em si mesma pode ter maus resultados em mãos inábeis, se não é conduzida com prudência e circunspecção. Antes de empreendê-la, convém consultar as forças e os meios de execução.

Em todos os casos, pode-se sempre reclamar a assistência dos Espíritos protetores, lembrando-se desta sábia máxima: Na dúvida, abstêm-te.

PRECE- Em nome de deus Todo-Poderoso, bons Espíritos que me protegeis inspirem-me a melhor resolução e tomar na incerteza em que estou. Dirigi meu pensamento para o bem, e desviai a influência daqueles que tentarem me desencaminhar.

O ENVANGELIO SEGUNDO O ESPERITISMO
Capítulo XXXVIII
Página 334

PELA PAZ!

No dia 1º de Janeiro comemoramos o início de um novo ano e celebramos o Dia Internacional da Paz.
Por ser o dia da Paz, elevemos nosso pedido para que encontremos a própria paz interior.
Estando em paz com nós mesmos poderemos talvez um dia ter a paz no mundo.
Sendo o início de um novo ciclo, desejo-lhe um ano de encontros e reencontros,
um ano de construção da esperança e de realização de sua própria paz.
Que você esteja em paz!






Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade
Publicado no grupomahavidya
em 31 de dezembro de 2009

ESTRANGEIRO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


ESTRANGEIRO
Facundo Cabral


E me chamas estrangeiro
porque cheguei aqui por um caminho que não conhecias,
porque nasci em outra cidade e conheci outros mares
Chamas-me estrangeiro porque não estás acostumado comigo,
já que eu zarpei de um porto distante
e tu pensas que as despedidas existem apenas para que se agitem lenços
e se encham de lágrimas os olhos
e acreditas que, quando se vai para longe,
todos pensam apenas no dia do regresso
e nas orações que os entes queridos ficam repetindo,
dia após dia, anos a fio
Mas eu não sou estrangeiro
porque despertei em minha alma o que antes não conhecia
e descobri que todos os homens são iguais
que houve uma época em que o mundo não tinha fronteiras
Todos nós trazemos o mesmo grito,
as mesmas perguntas
o mesmo cansaço das viagens muito longas
Os que dividem, os que dominam, os que roubam,
os que mentem, os que compram e vendem nossos sonhos
são eles que inventaram esta palavra: estrangeiro
Olha-me no fundo de meus olhos,
além do teu ódio, do teu egoísmo, do teu medo
e verás que sou apenas um homem, que precisa de tua ajuda
Não posso ser, nunca fui um Estrangeiro.



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado no grupomahavidya
30 de dezembro de 2009

TROVAS

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


TROVAS
Elias Domingos


Quando ler um livro,
atente em seu chapéu tirar,

pois nas páginas que sente
difícil Deus não brilhar.

Se não houvesse o morrer
diríamos que boa sorte;
quem amaria o viver
se não existisse a morte?


Esta flor tão branca e bela
que expõe no traje social
contrata a pureza dela
com certo cheiro letal.


Não brinques com o estopim
de tua luta amorosa
porque poderás pôr fim
à tua vida de rosa.

Enquanto esta sociedade
com a nudez hoje dança
e aplaude a imoralidade
perde-se toda a esperança.

Pesa-me ver um distinto
mendigo pedir a um nobre.
Muito mais pesar eu sinto
por aquele rico pobre.

Dos pássaros prisioneiros
exemplos sempre tenhamos
cantam em seus cativeiros
e nós livres lamentamos.

Numa virgínea mangueira,
com mimo, gravei teu nome.
Hoje cinzas de fogueira
que em mim este amor consome.


Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado no grupo mahavidya
em 29 de dezembro de 29

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

TEMPO

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


TEMPO
Valdir Merege Rodrigues

Lança ao vento
Lento
Os teus propósitos
De conquista
E insista
Na caminhada
Essa jornada é
A fé
No compasso que embala
O tempo
Lento
Que te determina
E faz figura
Segura
A refletir fascinio
Daquilo
Naquilo
Que é desconhecido!

O tempo aceita
E acata
O que vem de ti
E vai de encontro
Ao confronto
Da verdade
Onde a razão se ajusta
A custa
Do que entendemos
De reflexos
E amplexos
Quando nos entregamos
Aos caprichos que dominam
E ensinam
A caminhar quem no tempo
Fez-se sábio
E sóbrio
Aceitou os desígnios da vida!




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado em 1 de janeiro de 2010
Grupomahavidya




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QUE É POESIA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


QUE É POESIA

* Marco inicial da Literatura?
* Voz da emoção?
* Filosofia em verso?
* Mensagem sublime?
* Divagação da fantasia?
* Descrição de um sonho?
* Expressão artístico-literária do sentimento?
* Melodia sem nota musical?
* Palavras razoáveis em versos incompreensíveis?
* Gênio da imaginação?
* Segredo de um romance?
* Dança rítmica das palavras nos versos?
* Imaginação com vestes de inteligência?
* Mensagem do coração ao cérebro?
* Materialização do inexistente?
* Sorriso dos românticos?
* Desabafo dos angustiados?
* Lenitivo dos sofredores?
* Açoite dos desumanizados?
* Mística da Literatura?
* Realidade do sentimento?
* Letra de um hino?
* "Strip tease" da alma humana?
* Palavras perdidas de uma literatura inútil?
* Racionalidade do coração?
* Oásis do deserto literário?
* Forma da ópera?
* Mistério da Literatura?
* Musa das palavras inspiradas?
* Última estância da arte literária?


Literatura que não contribui com o aperfeiçoamento do ser humano é pervesa ou inútil.

Lairton Trovão de Andrade

Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado 26 de dezembro de 2009
Grupomahavidya




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CARROÇA DE TOLDA

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez


Carroça de tolda


Cedo, a carroça
Já vai na estrada.
Vai a parelha
Bem ajaezada:
Franja de guizos
Pela testada...
Cantam os guizos
Na madrugada.

Parece, a tolda,
Lenço de lona.
De lenço branco
Vai a colona.
Pelo arvoredo,
Há uma neblina,
Que é um alvo lenço
De musselina.

Rosto curtido,
Mão calejada,
Guia a colona
Lenta e calada.
Geme a carroça,
Tão carregada!
Cantam os guizos
Na madrugada...

Helena Kolody



Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado 27 de dezembro de 2009
Grupomahavidya




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LIBERDADE

A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez




Liberdade
Paul Eluard


Nos meus cadernos de escola
Nesta carteira nas árvores
Nas areias e na neve
Escrevo teu nome

Em toda página lida
Em toda página branca
Pedra sangue papel cinza
Escrevo teu nome

Nas imagens redouradas
Na armadura dos guerreiros
E na coroa dos reis
Escrevo teu nome

Nas jungles e no deserto
Nos ninhos e nas giestas
No céu da minha infância
Escrevo teu nome

Nas maravilhas das noites
No pão branco da alvorada
Nas estações enlaçadas
Escrevo teu nome

Nos meus farrapos de azul
No tanque sol que mofou
No lago lua vivendo
Escrevo teu nome

Nas campinas do horizonte
Nas asas dos passarinhos
E no moinho das sombras
Escrevo teu nome

Em cada sopro de aurora
Na água do mar nos navios
Na serrania demente
Escrevo teu nome

Até na espuma das nuvens
No suor das tempestades
Na chuva insípida e espessa
Escrevo teu nome

Nas formas resplandecentes
Nos sinos das sete cores
E na física verdade
Escrevo teu nome

Nas veredas acordadas
E nos caminhos abertos
Nas praças que regurgitam
Escrevo teu nome

Na lâmpada que se acende
Na lâmpada que se apaga
Em minhas casas reunidas
Escrevo teu nome

No fruto partido em dois
de meu espelho e meu quarto
Na cama concha vazia
Escrevo teu nome

Em meu cão guloso e meigo
Em suas orelhas fitas
Em sua pata canhestra
Escrevo teu nome

No trampolim desta porta
Nos objetos familiares
Na língua do fogo puro
Escrevo teu nome

Em toda carne possuída
Na fronte de meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo teu nome

Na vidraça das surpresas
Nos lábios que estão atentos
Bem acima do silêncio
Escrevo teu nome

Em meus refúgios destruídos
Em meus faróis desabados
Nas paredes do meu tédio
Escrevo teu nome

Na ausência sem mais desejos
Na solidão despojada
E nas escadas da morte
Escrevo teu nome

Na saúde recobrada
No perigo dissipado
Na esperança sem memórias
Escrevo teu nome

E ao poder de uma palavra
Recomeço minha vida
Nasci pra te conhecer
E te chamar
Liberdade




Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez


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Lilian Regina de Andrade

Publicado 28 de dezembro de 2009
Grupomahavidya




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AFABILIDADE E A DOÇURA

ViaLactea: Jorge Cardenas






AFABILIDADE E A DOÇURA







A benevolência para com os semelhantes, fruto do amor próximo, produz a afabilidade e a doçura que lhe são a manifestação. Entretanto, não é preciso fiar-se sempre nas aparências; a educação e o hábito do mundo podem dar verniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bonomia não é senão máscaras para o exterior, uma roupagem cuja forma premeditada esconde as deformidades ocultas! O mundo está cheio dessas pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são brandas contanto que nada as machuque, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua dourada , quando falam face a face, se transmuda em dardo envenenado quando estão por detrás.

A essa classe pertencem ainda esses homens benignos por fora e que, tiranos domésticos, fazem sofrer, sua família e seus subordinados, o peso do seu orgulho e de seu despotismo, como querendo-se compensar do constrangimento que impuseram alhures; não se atrevendo a usar de autoridade sobre estranhos que os recolocariam em seu lugar, eles querem ao menos ser temidos por aqueles que não podem resistir-lhes, sua vaidade alegra-se de poder dizer: “Aqui eu mando e sou obedecido”; sem pensar que poderiam acrescentar com mais razão: “E sou detestado”.

Não basta que dos lábios gotejem leite e mel, pois se o coração nada tem com isso, há hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas, não se contradiz jamais; é o mesmo diante do mundo e na intimidade; ele sabe, aliás, que se pode enganar os homens, pelas aparências, não pode enganar a Deus.
Lazaro, Paris, 1861
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPERITISMO
Paginas 126; 127