quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Quantos mares...


Quantos mares...

Fala-me esse mar
por furiosas ondas agitadas
que pode haver melhor estrada
que não o meu naufrágio.

Um mar há dentro de mim também
que recluso e sem ninguém
viaja a mares distantes.
E longe desta praia onde habito
moram os fantasmas dos meus castigos
via-crúcis cruel que se debate
onde há mar que vai
onde há mar que vem
onde há amor que chega
onde há amor que sai.

Fala-me esse mar
em tudo o que desacredito
e cala-se no peito o grito
cheio do silêncio de minhas verdades
e saio à procura de ti
tendo em mim deixado atalhos
e um rude mar cheio do espinhos




Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 28/11/2007
Código do texto: T756035

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