segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Canto tudo

Canto tudo



Eu canto tudo o que me pede a alma
encarecidamente encantada,
candidamente triste,
absolutamente amada.

Canto os meus poemas
e o que me encanta e canta
e até mesmo as coisas que me desencantam.
Canto também o que em mim chora
e arrebenta e quebra argolas
e me arranca amores santos
e os manda embora.

Depois de tudo, vou-me vencido
procurar alheio abrigo
no canto dos desaparecidos
dos que amam e moram,
dos que ficam e não se apavoram
e dos que apenas passam,
com a nudez inglória do mundo
e a surdez de cada santa estrada!




Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 11/11/2007
Código do texto: T732497

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