quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Chuvas de verão


CHUVAS DE VERÃO
João de Almeida Neto.


Quando estas nuvens se esparramam
sobre o pampa
E em gotas claras se derramam pelo chão
Apaga o pó dos pátios pobres da
campanha
E apaga a brasa destas tardes de verão
Parece até que cada gota dessa chuva
Vem como lágrima do céu para regar
O peito triste dos que choram como as
nuvens
Sem ver a flor do coração desabrochar
Por isso gosto destas chuvas
veraneias
Que vem e chovem e se somem sem alarde
Para levar a outros campos e outras
vilas
A paz molhada que espalharam pela tarde
E como chegam vão-se as tardes
vão-se as chuvas
E vão-se os dias vai-se o tempo e a
ilusão
E vamos nós em cada sonho que se
apaga
Como se a vida fosse chuva de verão

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