quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Entrou pela janela

Entrou pela janela essa manhã
Despertando a inspiração
Em seu leito de idéias andarilhas
Idéias perdidas a correr de mãos dadas com os pensamentos
Labirintos de linhas e versos
Poeira de setembro
Vermelho-vergonha
A esconder as torres dos palácios
Cega justiça que não se fez quando o sinal abriu
Jujubas amendoins pastilhas
- Vai uma aí tio? é só pra me ajudar!
Famílias de ipês amarelos
Árvores coloridas de algodão doce
No sol do detrito federal
Contando moedas
Onde a prostituta ganância
Roubou a infância estacionada no sinal vermelho
Na velocidade das curvas da cidade sem esquinas
Que assistia tudo de cima da torre de tv
Imóvel vestida de turistas
A dúvida engarrafou o silêncio da culpa
Antro trivial de poderes inúteis
Aos sonhos da pequenina inocente
Que me fez culpado
Levou-me em casa a pensar
Se a culpa é minha nossa ou deles.

(Claraflor de Maio)

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