terça-feira, 16 de outubro de 2007

Cama forrada

Cama forrada



Mas de nada me queixo,
antes tiro partido,
escondo as dores,
faço um sorriso,
visito o inviso
e abraço o abstrato
e se não olho o espelho,
guardo o meu retrato
e o que me mostra a vida
se não uma colcha de retalhos?

Nunca aprendi a costurar
porque sempre tive a cama forrada
e o sono pronto e profundo
vindo de qualquer estrada
e indo a qualquer rumo.


Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 16/10/2007
Código do texto: T696197

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