quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sei que vou...

Sei que vou...

Sei que um dia vou morrer.
Quando tal acontecer,
Deixo-te as rosas e o vento,
Deixo-te a chuva e o sol,
O cantar do rouxinol,
Minha alma
E meu pensamento.
Deixo-te a nuvem que passa
E que o vento faz correr,
Deixo-te o encanto e a graça
De uma papoila a crescer,
Deixo-te as ondas do mar
Que se desmancham na areia,
Deixo-te o ténue luar
Em noites de lua cheia,
Deixo-te a flor e a beleza
Dos poemas que escrevi
E deixo-te a natureza...
Quando o teu tempo findar
E tu te fores daqui,
Nalgum lugar hei de estar
Só esperando por ti.
E ao partires, deixaremos
Plantados, como uma palma,
Os poemas que escrevemos.
Os filhos da nossa alma.

José M. Raposo

Nenhum comentário: