quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Anjo de Minha Infância

ANJO DE MINHA INFÂNCIA.



Quando criança, vivi sob os cuidados de meus avós maternos e três tios que, ainda solteiros me cuidaram até os 8 anos de idade. Lembro-me vagamente de uma colônia onde vivia a maioria de meus parentes maternos, provavelmente desfeita entre 1963 e 1964.

Dessa época, o que mais fica na vaga memória é a canoa à beira de um riacho repleto de taboa.
Ainda está fixa na memória a mudança para a fazenda dos Pontieres, na Fazenda das Antas.


De lá ainda me lembro do riacho com areia fina e branca; tenho ainda a nítida impressão que o viveiro com os periquitos australianos à sombra do coqueiro-anão ainda estão lá.

Lembro-me do cachorro Gavião que mesmo não sendo meu, insistia em deixar sua casa, a mais de 10 quilômetros em linha reta para comigo estar. Com ele muitas aventuras fiz.

Não dá para esquecer a “maldade” que era cortar um dos dedos de um pintinho de cada ninhada, que criava como mascote e, depois de grande não o deixava ir para a panela.

Que gostoso ver meu avô andando com o cachimbo na boca e o loro atrás dele como se fosse um cão de guarda.

Minha avó com centenas de galinhas d’angola que viviam como se fossem selvagens em revôo e barulhento “tô- fraco”.

Lembro-me da égua que liderava os outros equinos que meus tios domavam e, para pegá-la no pasto sem muitos transtornos, somente eu conseguia.

O pé de carambola, com o cheiro especial de seus frutos, ainda está em minhas narinas. O pomar de laranja-bahia, onde ficava o mangueirão dos porcos e três enormes pés de jabuticaba; onde saltava de um para o outro sem medo.

À noite ouvir a novela Jerônimo, o Herói do sertão, em um grande rádio de pilhas.
Pilha que parecia maior que o próprio rádio e que, depois de usada servia para fazer grandes canecos.

Muitas lembranças e boa saudade... a figura de duas crianças atravessando uma ponte de madeira, suspensa por cordas, com tábuas quebradas e a figura de um lindo anjo a protegê-las, fixado na parede do quarto em que eu dormia. Esse é meu anjo, o anjo de minha infância.
Anjo que sempre me protegia e ainda protege.

Aparecido Donizetti Hernandez
12/junho/2008 – 05h06

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