terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Fingindo



Fingindo

Finjo amar-te
quando engano os teus olhos
com o inverso do meu discurso
que sai de minha boca surdo
e ainda o ouço declamando
os versos que não fiz pra ti.

Finjo amar-te
quando não passeio em tua pele
ávida da minha
e deixo-te ao deus dará
qual deglutida erva daninha,
qual veneno tragado,
a morte tua,
essas lívidas mentiras minhas.

Finjo amar-te
quando sou menor que a alma
e apenas minhas tronchas falas
procuram-te para desdizer mentindo
sem deixar que o meu amor te sentindo
ache por nós dois apaixonar-se.





Paulino Vergetti Neto

Publicado no Recanto das Letras em 04/12/2007
Código do texto: T764218

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