quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

De mar a mar

De mar a mar

O rum desértico de tua boca
é o álcool de minhas lágrimas
e a acidez do meu olhar
que para te amar
embriaga-se com água!

Guardo os tempos de tua alma
e lanço-me como oceano a comer rios
e sentir teu calafrio
quando o teu corpo sonda o meu
e há frevo em nossa cama.

Haveremos de muito beber
e em teu peito o meu peito ter
as palavras de tua pele aliviada
e por rum ou por cachaça
que se faça de nós, noutras estradas
caminhantes ao mesmo mar de volta,
cheio de água ou vódica,
por tudo, tudo embriagado!





Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 18/12/2007
Código do texto: T782873

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