segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

As fontes de prazer


As fontes de prazer

Minha fonte ensopa o teu telhado
de vidro e de carne,
de desejo e de medo,
de vinho e de água
quando descubro dentro de mim
que meu deus é catártico
e que minha carne sente sede.

De tudo falo aos teus ouvidos,
mandam-me os falos
de um sussurro ao grito
como se quisesse lembrar-te a vida
esquecida nos pêlos de tua pele
singela e mansa,
carente e louca.

E continuo alimentando a fonte
e dando-te os oásis de um horizonte
que há dentro de minhas pernas,
essa cisterna de felicidade.
Minha fonte, é a tua, seca...
ajuntada com a solidão
que não te quer mais parada
mas a gritar sobre o meu peito!



Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 09/12/2007
Código do texto: T770805

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