quinta-feira, 18 de junho de 2009

Epígrafe

Epígrafe




Eterno no mundo, amiga, só o povo e a memória
dos seus heróis e dos seus poetas. É curto o tempo
dos tiranos, é curta a noite da escravidão. E tão bela
é a manhã da liberdade que vale a pena morrer por ela,
dar a vida pela certeza de que ela vem, que chegará para os homens.

Mas, ah! Amiga, morrer é fácil, seja por uma mulher,
seja pela liberdade! Difícil é viver um vida de sofrimento e de luta,
sem desanimar e sem desistir, sem se vender, sem se curvar.

Mais que a morte, amiga, a liberdade pede a vida de cada um,
Todos os seus momentos, todas as suas forças.

Assim, fez Prestes, amiga, e assim o esta fazendo.
Tudo lhe ofereceram, não se vendeu. Todos os bens da vida na sua frente,
Não se vendeu. Tudo lhe fizeram, não se curvou. Todos os sofrimentos
Na sua frente, não se curvou.

Jorge Amado.

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