quarta-feira, 17 de junho de 2009

Amanhã

Amanhã


Morreram? Quem disse se vivos estão!
Não morre a semente lançada na terra.
Os frutos virão.

Morreram? Quem disse, se vivos estão!
As flores de hoje, darão novos frutos.
Meus olhos verão.

Num dia, tão certo, tão claro, tão perto,
Verei pelas ruas o povo ondulado,
Marchando a cantar.

Nas mãos estandartes, a febre nos olhos,
Nos lábios palavras de claro sentido:
“Poder Popular!”

Figuras do povo nos grandes cartazes –
Euclides e Recchia, Honório, Angelina –
Que grande emoçaõ!

As flores caindo das altas janelas,
floridas também. E as palmas ecoando
No meu coração!
O nome de Prestes, num ritmo exato,
Por todos cantando, sonoro, sem manchas,
Na tarde a vibrar.

As flâmulas altas, de cores variadas,
Nos mastros subindo, descendo, ondulando,
E o vento a girar.

Mistura de vozes – de velhos, crianças,
De homens, mulheres, do povo nas ruas,
Do povo a cantar.

A grande alegria caindo dos olhos,
Das vozes, das flores, do dia sem nuvens:
“Poder Popular!”

Num dia, tão perto, tão claro, tão certo,
Meus olhos verão.

Não morre a semente lançada na terra.
Os frutos virão!

Lila Ripoll

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