sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A morte da tribo


A morte da tribo


De minha aldeia
vejo teus índios passarem
desfilando suas penas e cocares,
entreolhando as tabas,
escondendo as ocas,
cheios das coisas dos brancos
e dos nomes das matas.
Doce inocência de tudo
e até do mal que lhes chega
e das asas que nascem
e das terras que perdem
e do medo que fica.
De suas aldeias
vejo os meus venenos,
acesos nas mãos e nos olhos,
os que depenam e matam
e nenhuma dor se afasta
e dizima-se a raça
e chora à noite à lua cheia
porque não há mas aldeia ou índio.




Paulino Vergetti Neto
Publicado no Recanto das Letras em 29/12/2007
Código do texto: T795735

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