sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O ESPINHO DA ROSA

O espinho da rosa
Ruthy Neves



Casas de tábua... misturadas ao latão.
Lugar sujo e deprimente.
Lixo nas portas, nas vielas, na estrada...
lixo na linha do trem.
Pessoas sentadas, farrapos humanos...
sem esperanças, sem emoção.
Olhos sem brilho, pés no chão.
Crianças brincando no meio do lixão...
ainda criando ilusão.
Lixão de coisas imprestáveis...
não de coisas recicláveis que gente honesta,
trabalhadeira, ganha o pão.
É o desleixo das pessoas que não tem mais noção.
Lixão de vida, amantes da pedra que não faz carinho não.
A linha faz a rota de ponto a ponto, do tráfego constante...
e uso indiscriminado, que a comunidade já assimila sem fazer confusão.
Tráfego de pessoas que não tem escrúpulos até com o irmão.
Irmão de sangue, irmão de criação.
Todos são iguais com a pedra na mão.
Sem idade, sem identidade, apenas um ser que precisa de compreensão.
Doentes da alma e do corpo que não é mais são.
As autoridades colocam a venda para a situação...
deixam que se matem pela droga
ou por um que já demente perde a razão.
Cobranças do ganho fácil do dinheiro ou mercadorias,
 que no viciado, a droga o fez ladrão.
Quanto tempo mais veremos isto sem solução?
Quanto tempo mais por interesse de alguns que não tem coração,
vamos ver irmãos perdidos no lixo da vida sem salvação.
Talvez não saibamos amá-los.
Talvez não somos capazes de estender a mão.
Muitos viram a cara,
deixam a venda em seu rosto, com descaso.
Não acreditam que é doença não!
Não são grandes para o perdão.
Filhos, pais, irmãos ausentes sem morrer...
Já são considerados como dejetos sem salvação.
Lágrimas, choros em festas, que não serão mais festas,
mostrará a hipocrisia de um dia se chamarem cristãos.
Vamos movimentar a esperança.
Faze-los enxergar as rosas da vida e não a podridão.
A rosa é vida.
Vamos dar esperanças de vê-la  na próxima estação.
Vamos escrever para que isto não fique
 somente em estatística e vire lembrança.
Vamos retirar os espinhos
e mostrar-lhes que tudo tem uma solução.
É tempo de primavera. Tempo de cheirar as rosas.
A hora é agora.


Um comentário:

Anônimo disse...

lindo poema ,gostei ,triste mais lindo.