sexta-feira, 13 de junho de 2008

Fim de feira

FIM DE FEIRA

Vazios:
Os potes,
as panelas,
as gaiolas.

No chão:
Farelo de pão
entre tijolos
e panos mofados.
Nas marcas dos passos,
sonhos futuros.

Sem montaria:
Uma cangalha nova,
uma bicicleta à venda.
Numa barraca de lona,
um velho carro- de- boi.

No tempo seco:
O som das violas.
Num canto da boca,
dentes quebrados.

Nos céus:
Nuvens carregadas de preces.
As lágrimas viraram chuva.
No fim da feira,
a festa.

A festa chegou.


Raimundo Lonato

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