FIM DE FEIRA
Vazios:
Os potes,
as panelas,
as gaiolas.
No chão:
Farelo de pão
entre tijolos
e panos mofados.
Nas marcas dos passos,
sonhos futuros.
Sem montaria:
Uma cangalha nova,
uma bicicleta à venda.
Numa barraca de lona,
um velho carro- de- boi.
No tempo seco:
O som das violas.
Num canto da boca,
dentes quebrados.
Nos céus:
Nuvens carregadas de preces.
As lágrimas viraram chuva.
No fim da feira,
a festa.
A festa chegou.
Raimundo Lonato
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