Entre o sol e o sal
(..)
Raimundo Lonato
O sol das palavras,
iluminam poemas
no céu de minha boca.
O sal e as lágrimas
cortam ao meio as células da face.
Transformam-se em miragens,
além do olhar das almas,
que bêbedas passam
bem perto do nariz.
Eu penso e escrevo
em ondas aceleradas.
Levam ao cérebro,
visões alucinadas.
Solitários clamam.
Choram e adormecem
nos braços de amores,
seres de luz,
num leito de neve.
Ouço o vento a levar as folhas,
ouço as pedras nas horas
de delírio e lucidez.
Eu sou a luz a vagar desertos
na escuridão de mim mesmo
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