segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A PONTES

A PONTES


Talvez minha vida tenha sido usurpada
por um sentimento maior que o medo,
pela insegurança que me rege os passos
ao contornar os dias sem face
e as noites sem espelho.
Ouço as músicas que nunca tocarão
no aparelho da minha sala
e sonho com as festas
que minhas amigas antigas
tiram de outros tempos
para recordar.
Sinto que minha infância não me pertence
e não sei como chegar à velhice
sem as pontes...todas as pontes
que não pude atravessar.

Basilina Pereira

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