quinta-feira, 26 de julho de 2007

Sobre minha penas

Sobre minhas penas não traço linhas
não quero escrever as minhas lágrimas
lágrimas e penas que são só minhas
e do meu caderno são as páginas

Bem guardadas, no seu interno
minhas palavras e conjunturas
são entrelinhas do meu caderno
guardadas em forma de moldura

Estou aqui com este olhar inerte
fitando as folhas do meu caderno
rabisco as linhas até que acerte
todas as linhas do meu interno

E esta pena que teima em escrever
procura ainda no verso uma rima
e as penas e lágrimas sem querer
nas estrofes deste poema são a sina

Ainda inerte, olhar fitoso na esperança
como um filho pródigo, volta a aurora
traço linhas, com toda preserverança
quero nestes versos o renascer de outrora

Cecília Rodrigues

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