Qual é a raça da solidão?
Uma tarde querendo ir não sei onde
numa hora de fazer não sei o quê.
E se a noite viesse?
Começo a rir.
Rio tanto, que não consigo
sair do espelho.
Numa exótica maneira de enganar
a vontade de chorar.
Estou só.
Esquecido.
Ignorado.
Com uma dor sem
grito.
Fazendo ferida.
Sem ninguém
para pedir que a dor pare.
Inútil a língua do meu cachorro.
Dos retratos, olhares sensuais.
Dos meus olhos,
um olhar de desprezo.
Os retratos e eu estamos
há anos convivendo sem nenhuma palavra.
O cachorro late inutilmente.
Eu não o entendo.
Não sei se me chama ou me expulsa.
Tem sotaque alemão.
Ronaldo Franco.
(Poeta Paraense)
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