sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ALCANCE

ALCANCE

Quando a alma sangra, os olhos não veem.
Mas o vento capta a direção da estrela
que mergulhou na noite mais fria,
levando com ela o brilho do azul.
Se a lâmina que dilacera o sorriso
pudesse ser contida!
Se a maldade e a loucura
não tivessem pontas tão velozes!
Talvez os filhos do homem
caminhassem sobre as águas,
as cores do dia não se mesclassem de lágrimas
e a vida fosse apenas um tempo e um caminho
onde pés rodopiassem sobre a música
e não precisassem de sapatos.

Basilina Pereira

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