sábado, 17 de abril de 2010

SEMANA CULTURAL - PARANÁ

SEMANA CULTURAL



II FESTIVAL DE ARTE E LITERATURA DA EDUCACÃO - PARANÁ




CHÁ LITERÁRIO

2010


ENCONTRO

Valdir Merege Rodrigues



Esta manhã

levantei-me antes

do sol

nascer...

Tudo como dantes,

estava no arrebol,

o mesmo impacto

da noite

com o dia

no rosicler do encontro!



O céu

magicamente se abriu

como olhos

rejuvenescidos.

Mansamente o orvalho caiu

sobre os abrolhos

do vasto campo

da vida e do tempo

na madrugada do sempre!



Encontrei-me com o alvorecer,

pus-me num canto,

um tanto

pensativo...

A suavidade do vento

é um doce canto

à brisa,

cuja partitura que alisa

só os pássaros conhecem...

- O autor é Deus!




RIO PINHALÃO

(RIBEIRÃO GRANDE)

Lairton Trovão de Andrade



Águas mansas, mansas águas,

Que descem pelas encostas,

Brincando com redemoinhos,

Levam sonhos, levam mágoas,

Decepções cheias de crostas,

Em chorosos burburinhos.



Do Rio, em cada paragem,

De alegria ou de tristeza,

Há história pra contar;

A enchente que alaga a vargem,

Com a forte correnteza,

Arrasta histórias pro mar.



Como é imensa a saudade

Dos infantes gorjeios tantos

Em águas do Ribeirão!

Foram-se a felicidade

Que trouxera seus encantos

Às ondas do Pinhalão!



As flores das quaresmeiras

Povoam suas barrancas,

Matizando águas do Rio.

Sobre as verdes trepadeiras

Pousavam garcinhas brancas

Que voavam pro céu de anil.



Na altura do “Lavador”

Senhoras branqueavam roupas,

Num festival de alegria.

O ágil Martim Pescador

Prendia-se nas garoupas

Da pujante cercania.



E a tranqüila criançada

Saltitava em algazarra

Na prainha do “Razão”.

Os gritos da petizada,

Como canto de cigarra,

Zumbiam no Ribeirão.



O “Poção”, a “Corredeira”,

A velha “Ponte-de-Pedra”

O lago ameno da “Usina”!

A brIsa da “Amoreira”,

Beleza que ainda medra

Até a saudosa “Turbina””



Extensa aguada em represa

Na “Ponte da Serraria”

– Cevada região pesqueira!

Ali, havia a certeza

De pródiga pescaria

De segunda à sexta-feira.



O Rio declina o planalto...

É mais bravio na ladeira

– Protegido pela mata.

Tomba, espumejante, do alto,

Criando linda cachoeira,

Em dobres de serenata.



Que saudade eu tenho agora

Dos meus tempos de esperança

Nas margens do Pinhalão.

Saudade tanta se aflora

Dos dias quando, em criança,

Sonhava meu coração.



... E descem as mansas águas,

Descem pelas encostas,

Águas do rio que se expande...

Leva sonhos, leva mágoas,

Decepções cheias de crostas,

O calmo Ribeirão Grande.


Nas Águas de Amaralina

Aparecido Donizetti Hernandez





Como o mundo me encanta
Quando ando pelas planícies,
Quando posso andar próximo
Às cachoeiras...

Poucas vezes tenho tempo,
Poucas vezes tenho a permissão,
Como amo a Terra!

À poucos dias caminhando,
Em lugar de linda mata,
Protegida por Xangô,
De rios com a mata ao seu redor.


Lá estavam três lindos anjos a brincar
Com a doce bruma das águas,
Nas águas de Amaralina,
Junto de Inhanã,
Bem perto de Iemanjá!

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