SEMANA CULTURAL
II FESTIVAL DE ARTE E LITERATURA DA EDUCACÃO - PARANÁ
CHÁ LITERÁRIO
2010
II FESTIVAL DE ARTE E LITERATURA DA EDUCACÃO - PARANÁ
CHÁ LITERÁRIO
2010
ENCONTRO
Valdir Merege Rodrigues
Esta manhã
levantei-me antes
do sol
nascer...
Tudo como dantes,
estava no arrebol,
o mesmo impacto
da noite
com o dia
no rosicler do encontro!
O céu
magicamente se abriu
como olhos
rejuvenescidos.
Mansamente o orvalho caiu
sobre os abrolhos
do vasto campo
da vida e do tempo
na madrugada do sempre!
Encontrei-me com o alvorecer,
pus-me num canto,
um tanto
pensativo...
A suavidade do vento
é um doce canto
à brisa,
cuja partitura que alisa
só os pássaros conhecem...
- O autor é Deus!
RIO PINHALÃO
(RIBEIRÃO GRANDE)
Lairton Trovão de Andrade
Águas mansas, mansas águas,
Que descem pelas encostas,
Brincando com redemoinhos,
Levam sonhos, levam mágoas,
Decepções cheias de crostas,
Em chorosos burburinhos.
Do Rio, em cada paragem,
De alegria ou de tristeza,
Há história pra contar;
A enchente que alaga a vargem,
Com a forte correnteza,
Arrasta histórias pro mar.
Como é imensa a saudade
Dos infantes gorjeios tantos
Em águas do Ribeirão!
Foram-se a felicidade
Que trouxera seus encantos
Às ondas do Pinhalão!
As flores das quaresmeiras
Povoam suas barrancas,
Matizando águas do Rio.
Sobre as verdes trepadeiras
Pousavam garcinhas brancas
Que voavam pro céu de anil.
Na altura do “Lavador”
Senhoras branqueavam roupas,
Num festival de alegria.
O ágil Martim Pescador
Prendia-se nas garoupas
Da pujante cercania.
E a tranqüila criançada
Saltitava em algazarra
Na prainha do “Razão”.
Os gritos da petizada,
Como canto de cigarra,
Zumbiam no Ribeirão.
O “Poção”, a “Corredeira”,
A velha “Ponte-de-Pedra”
O lago ameno da “Usina”!
A brIsa da “Amoreira”,
Beleza que ainda medra
Até a saudosa “Turbina””
Extensa aguada em represa
Na “Ponte da Serraria”
– Cevada região pesqueira!
Ali, havia a certeza
De pródiga pescaria
De segunda à sexta-feira.
O Rio declina o planalto...
É mais bravio na ladeira
– Protegido pela mata.
Tomba, espumejante, do alto,
Criando linda cachoeira,
Em dobres de serenata.
Que saudade eu tenho agora
Dos meus tempos de esperança
Nas margens do Pinhalão.
Saudade tanta se aflora
Dos dias quando, em criança,
Sonhava meu coração.
... E descem as mansas águas,
Descem pelas encostas,
Águas do rio que se expande...
Leva sonhos, leva mágoas,
Decepções cheias de crostas,
O calmo Ribeirão Grande.
Nas Águas de Amaralina
Aparecido Donizetti Hernandez
Como o mundo me encanta
Quando ando pelas planícies,
Quando posso andar próximo
Às cachoeiras...
Poucas vezes tenho tempo,
Poucas vezes tenho a permissão,
Como amo a Terra!
À poucos dias caminhando,
Em lugar de linda mata,
Protegida por Xangô,
De rios com a mata ao seu redor.
Lá estavam três lindos anjos a brincar
Com a doce bruma das águas,
Nas águas de Amaralina,
Junto de Inhanã,
Bem perto de Iemanjá!
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