OS INFANTES
Somos muitos, seremos quantos
Amanhã e depois de amanhã?
Somos bastante para que tantos
Se voltem e finalmente nos percebam?
Quantos teremos que ser nos pontos,
Nas paradas, nas esquinas, onde todos estejam?
Como chamar a atenção podemos
Para tocar os que se esgueiram
Para a multidão que somos
Por não haver os que embarcam,
De verdade, nessa nau que encharcamos
Com nossos corpos famintos que escancaram
A miséria de nossas vidas! Clamamos
Pelas vozes e ações que nunca marcaram
Nossa rotina de exclusão; esperamos
Pelo impossível. E prosseguimos
Em nossa infeliz romaria!
Ninfeia G, Poetisa do Pará
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