sábado, 24 de outubro de 2009

OS INFANTES

OS INFANTES


Somos muitos, seremos quantos
Amanhã e depois de amanhã?

Somos bastante para que tantos
Se voltem e finalmente nos percebam?

Quantos teremos que ser nos pontos,
Nas paradas, nas esquinas, onde todos estejam?

Como chamar a atenção podemos
Para tocar os que se esgueiram

Para a multidão que somos
Por não haver os que embarcam,

De verdade, nessa nau que encharcamos
Com nossos corpos famintos que escancaram

A miséria de nossas vidas! Clamamos
Pelas vozes e ações que nunca marcaram

Nossa rotina de exclusão; esperamos
Pelo impossível. E prosseguimos

Em nossa infeliz romaria!


Ninfeia G, Poetisa do Pará

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