Poema do Cavaleiro
Quem é esse que cavalga noites, dias,
No lombo do ideal, pelas estradas
Compridas, tortas, íngremes, trancadas
Pela opressão brutal das tiranias?
Quem é esse que não teme ventanias,
Nem tufões, tempestades, enxurradas?
Que tem no peito o sol das alvoradas
Redentoras? Por certo que é o Messias?
Quem é esse que não para um só momento?
Que luta, e luta, e não descansa?
Quem é esse, cuja voz é sempre mansa,
E mansa abala o próprio firmamento?
Quem é esse, que no rosto cor-de-criança
Doentinha, os olhos têm do sofrimento?
É o grande Cavaleiro da Esperança!
- É o Cavaleiro do Universo! É o bravo,
O destemido defensor do escravo,
Dos fracos e oprimidos: dos sem nome!
É o velho Cavaleiro, sempre novo
No ideal potentíssimo do povo
Que não quer guerra nem morrer de fome!
É o Cavaleiro, pelo povo eleito,
Da esperança! E que, de aberto peito,
Cavalga pelo bem e contra o mal!
É o Cavaleiro terra e liberdade!
É o Cavaleiro pão, paz e igualdade!
É a Esperança! O Messias! O Ideal!
Miranda de Castro
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