Catecismo
(Paulo César Pinheiro)
Abrindo o olho para o que se sonho
Tem-se cautela ao que se descortina.
Pode-se estar na direção divina,
Pode-se estar na direção medonha.
Abrindo a mão para o que se proponha
Faz-se no célebro o que se destina.
Mas pode a mão tornar-se uma heroína,
E pode a mão cobrir-se de vergonha.
Abrindo a voz para que se defina,
A voz depois que se não lhe desponha.
Se espalhe aos povos como doutrina.
E abrindo o, peito, que lá dentro ponha
A hóstia feita de cristã resina,
E não aquela de cruel peçonha.
Gravação: 1976
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