Cel (Cecília Carvalho)
Na minha inquietude, a duras penas
percebo vazados meus olhos, para que eu
não venha a perceber o que eles não querem,
já cansados de saber ...
Mergulham, voejam entre os montes,
saltitam entre as cidades,
e debruçados sobre as pálpebras, choram ...
Quiçá, fossem apenas pesadelos,
talvez sonhos mal feitos,
ai quanto eu quisera que fossem ...
Ainda ontem eu era menina,
e meus sonhos eram diferentes,
hoje, com os pés descalços, meus sonhos,
apenas retratam o amanhã ...
Eu sinto medo,
e me encolho e escondo tentando me proteger,
o que vem lá do céu não tem nome,
tem rastro de fogo e de cinzas,
destrói e é pesadelo ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário